Fui ativista estudantil (1967/68). Militante clandestino (1969/70). Preso político (1970/71). Tenho travado o bom combate, lutando por um Brasil mais justo, defendendo os direitos humanos, combatendo o autoritarismo.

Sou jornalista desde 1972. Crítico de música e de cinema. Cronista. Poeta. Escritor. Blogueiro.

Tentei e não consegui eleger-me vereador em São Paulo. Mas, orgulho-me de ter feito uma campanha fiel aos objetivos nortearam toda a minha vida adulta: a construção de uma sociedade igualitária e livre, tendo como prioridades máximas o bem comum e a felicidade dos seres humanos.

Em que a exploração do homem pelo homem seja substituída pela cooperação solidária do homem com os outros homens. Em que sejam finalmente concretizados os ideais mais generosos e nobres que a humanidade vem acalentando através dos tempos: justiça social e liberdade.

domingo, 30 de agosto de 2015

CPMF: REQUIESCAT IN INFERNUM.

Por que a popularidade da presidenta Dilma Rousseff despencou a ponto de torná-la ainda mais malquista do que os calamitosos Sarney e Collor?

Creio que a já fracassada (o governo acaba de desistir) tentativa de recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira ajuda a equacionar a questão.

Até agora, eram vistos como vilões maiores a recessão econômica e o mar de lama que as investigações do mensalão e do petrolão escancararam. O estelionato eleitoral de 2014 parecia ter ficado para trás.

No entanto, a extrema repulsa com que foi unanimemente recebida a ideia de ressuscitar a CPMF dá o que pensarmos.

Em 1993, ela foi vendida como uma solução para o custeio da Saúde Pública, com o respeitável doutor Adib Jatene emprestando ingenuamente sua imagem ilibada para uma pilantragem a mais dos políticos, sempre à cata de novos pretextos para tosquiarem os cidadãos.

O povo engoliu de boa fé a patranha e ficou espumando de raiva quando lhe caiu a ficha de que o objetivo real da patifaria jamais fora o de melhorar a Previdência Social, mas sim o de rechear os cofres do governo.

Ainda assim, o mesmo peixe podre foi vendido novamente no período 1997/2007, só que ninguém mais o comprou por livre e espontânea vontade. Foi enfiado goela dos governados adentro.

Extinta para alívio geral, esta herança maldita do FHC continuou atraente para os governos petistas, que a quiseram exumar em 2008, 2011 e, agora, em 2015. Negativo. O povo não é bobo, acreditou uma vez e nunca mais! Detesta os que tentam engambelá-lo de novo.

Seria interessante uma pesquisa que avaliasse o quanto pesa, na rejeição de Dilma, o fato de ela haver vencido a eleição de 2014 fazendo alarmismo a respeito da política econômica dos seus dois principais rivais, tendo depois adotado exatamente o mesmo receituário neoliberal.

Quem votou contra o arrocho fiscal ao votar em Dilma, agora percebe que foi feito de bobo e jogou seu voto no lixo. Fustigado pela inflação, pelo aumento das tarifas, pelo desemprego, pela perda de poder aquisitivo, em quem há de colocar a culpa?

Na Dilma, claro, pois foi ela quem prometeu mantê-lo a salvo de todos esses fantasmas.

Cujo arrastar de correntes é cada vez mais insuportável.

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quinta-feira, 6 de agosto de 2015

TIRA O BODE DA SALA, DILMA!!!

A melhor antevisão do que nos espera no restante do mês do cachorro louco é a do dirigente dos sem-teto, Guilherme Boulos, neste artigo aqui:
"Agosto será um mês decisivo, em que as ruas colocarão em jogo projetos distintos para o Brasil. 
De um lado, a 'nova direita' convocou mobilizações para o dia 16, com apoio declarado do PSDB, da Rede Globo e da maior parte da mídia. (...) Querem aproveitar o avanço da Lava Jato e a corrosão do apoio ao governo para emplacar o impeachment de Dilma.
...Do outro lado, em 20 de agosto, movimentos sociais de todo o Brasil estão organizando mobilizações para apresentar outras saídas para a crise. MTST, MST, CUT, CTB, Intersindical, UNE, setores da Igreja Católica, movimentos negros e de juventude estarão nas ruas defendendo direitos sociais, enfrentando o ajuste fiscal do governo Dilma, mas enfrentando também a ofensiva da direita golpista e as manobras de Cunha".
Torcer, eu torcerei para o time do dia 20, obviamente.

Mas, sinto na espinha o mesmo calafrio de quando, pouco antes da partida contra a Alemanha na última Copa do Mundo, soube que o Felipão escalara o atacante Bernard ao invés de um meiocampista defensivo.

A tal nova direita entrará em campo unida em torno do objetivo claro e definido de derrubar Dilma.

A constelação de forças progressivas tentará, ao mesmo tempo, defender o mandato da Dilma e derrubar a política econômica da Dilma.

O povão não vai entender a sutileza. E os que têm prevalecido ultimamente concentrarão fogo, enquanto os que têm se mostrado mais fracos vão lutar em duas frentes. Conclusão óbvia: será enorme a chance de sofrermos outro 7x1.

A menos que a presidenta desate o nó o quanto antes, exonerando Joaquim Levy e anunciando que o governo desistirá da política econômica neoliberal, reassumindo as bandeiras tradicionais do PT. Aquelas sob as quais ela se reelegeu.

Ainda dá tempo, desde que a Dilma se compenetre de quão decisiva será a batalha das ruas. Se a nova direita der mais uma demonstração de força e as forças progressistas de fraqueza, o impeachment se tornará praticamente inevitável.

Tira o bode da sala, Dilma!!!

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O BRADESCO CRESCE. OS BRASILEIROS EMPOBRECEM.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

O BRADESCO CRESCE. OS BRASILEIROS EMPOBRECEM.

Quando eles riem...
Os brasileiros estão aflitos, sentindo-se empobrecer dia a dia, fazendo contas e mais contas para não se afundarem em dívidas, angustiados pelo medo de perderem seus empregos, adiando compras maiores para um futuro que têm dificuldades cada vez maiores para vislumbrarem. "A recuperação começará neste semestre? Nem a pau, Juvenal!" "Em 2016? Fala sério!" "Em 2017? Pode até ser, mas que está com cheiro de 2018, lá isto está. Ainda mais sendo ano de eleição presidencial..."

Uma exceção entre tantas feições preocupadas e sisudas é o sorriso escancarado de Luís Carlos Trabuco Cappi, o presidente do Bradesco. Não só acaba de engolir o tentáculo brasileiro do HSBC, como mostrou ter dinheiro sobrando para bancar os projetos mais onerosos que lhe derem na telha. Só não sei com quem compará-lo, se com o Tio Patinhas ou com o Cidadão Kane... 
...nós choramos.

Para o homem chamado Trabuco (parece título de spaghetti western!), 17,9 bilhões de reais não são nada. Aumentando o número de casas de agiotagem (ôps, ia esquecendo, o eufemismo é agências...), num instante recuperará o investimento, mesmo tendo desembolsado bem mais do que o HSBC Brasil valia, segundo o tal do mercado (esse ente sem face nem compaixão que rege nossos destinos sob o capitalismo!).

Mas, qual o significado maior da aposta biliardária do Trabuco? É o de que, como sempre, enquanto a crise estiver fustigando e desgraçando nosso povo, os bancos lucrarão como nunca, aproveitando a alta dos já estratosféricos juros a pretexto de conter a inflação e outros negócios de ocasião que surgem quando os cidadãos encontram-se desesperados.

A política econômica do ministro Joaquim Levy dá a Trabuco a certeza de que não perderá um centavo dos US$ 5,2 bilhões. Provavelmente, em pouco tempo ganhará o dobro. Ufana-se de que vai crescer em um ano o que cresceria numa década. Alguém duvida?

Para este também US$ 5,2 bilhões não eram nada
E quem é o Levy? Ninguém menos do que o empregadinho que o Trabuco indicou para nossa presidenta, quando ele próprio declinou o convite para assumir o Ministério da Fazenda. Ao que Dilma deve ter respondido: "Não tem tu? Vai tu mesmo..."

Hoje se percebe que o Trabuco sabia muito bem o que estava fazendo.

Eu nem preciso dizer quem não sabia.

Quem entregou o ouro pro bandido.

Quem botou a raposa pra tomar conta do galinheiro.

Quem fez o injustificável, engoliu o inaceitável, esqueceu sua identidade, perdeu o rumo e cedo perceberá que a capitulação ao inimigo não garante o cargo de ninguém.

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