Fui ativista estudantil (1967/68). Militante clandestino (1969/70). Preso político (1970/71). Tenho travado o bom combate, lutando por um Brasil mais justo, defendendo os direitos humanos, combatendo o autoritarismo.

Sou jornalista desde 1972. Crítico de música e de cinema. Cronista. Poeta. Escritor. Blogueiro.

Tentei e não consegui eleger-me vereador em São Paulo. Mas, orgulho-me de ter feito uma campanha fiel aos objetivos nortearam toda a minha vida adulta: a construção de uma sociedade igualitária e livre, tendo como prioridades máximas o bem comum e a felicidade dos seres humanos.

Em que a exploração do homem pelo homem seja substituída pela cooperação solidária do homem com os outros homens. Em que sejam finalmente concretizados os ideais mais generosos e nobres que a humanidade vem acalentando através dos tempos: justiça social e liberdade.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

O BEBEZÃO HADDAD SE ESCONDE ATRÁS DA SAIA DA MARTA SUPLICY

O que um candidato ao Executivo fará depois de eleito é uma incógnita.

Durante a campanha, a grande maioria repete o blablablá que lhe foi martelado na cabeça pelos marqueteiros, desfia um rosário interminável de dados e propostas decoradas, chega ao cúmulo de ter apagão em pleno debate, como aluno que na hora da prova esquece o estudado.

Ou seja, é tudo conversa pra boi dormir. O que estamos vendo não é um candidato, mas sim o monstro criado por um Dr. Frankenstein da atualidade.

O Duda Mendonça, p. ex., conseguiu em 1992 eleger um defunto político, Paulo Maluf. Como fez tal proeza? Costurando-lhe partes de outros cadáveres?

É simplesmente repulsivo vermos adultos se prestarem a tais encenações demagógicas, discutindo aplicadamente questiúnculas administrativas e outras ninharias das quais jamais se ocuparão depois de eleitos; aí, claro, elas passarão à alçada dos secretários e assessores.

Talvez a melhor pergunta a se fazer a essa gente seja quem colocará à frente de cada Pasta. Assim teremos verdadeiros referenciais.

Então, o que conta para um eleitor perspicaz são as facetas de personalidade, temperamento e caráter que o candidato revela.

Neste último quesito, Fernando Haddad é um desastre: lealdade zero.

Primeiro, declarou que não se responsabilizava pelo currículo de Paulo Maluf --aquele senhor sorridente que aparece numa foto fazendo cafuné em sua cabeça. Ora, um homem digno, quando tem dúvidas sobre a honestidade de outra pessoa, não a visita na sua mansão nem confraterniza com ela diante de um batalhão de fotógrafos e cinegrafistas.

Agora, acaba de atirar nas costas de uma colega de partido, Marta Suplicy, a totalidade da culpa pela criação das (extremamente impopulares) taxas do lixo e da luz, quando ela era prefeita.

Novamente Haddad insulta nossa inteligência. Pois:
  • ou ele, como chefe de gabinete da Secretaria de Finanças, discordava das taxas e, mesmo assim, as implementou, o que o deixa com perfil de tarefeiro despersonalizado;
  • ou concordava e não deveria estar agora tirando o dele da reta.
O certo é que os eleitores paulistanos não querem nem um reles pau-mandado nem um oportunista hipócrita como prefeito.

Haddad prefere a primeira opção, o que diz muito sobre ele. Eis como tentou se justificar:
"Houve uma encomenda do gabinete da prefeita e nós executamos a encomenda".
"Houve uma decisão política da prefeita de aumentar a arrecadação e isso foi feito".
Que bebezão! Não deveria nem usar calças compridas, pois não as faz por merecer.

SERRA CONTINUA DESPENCANDO. QUANDO ATINGIRÁ O FUNDO DO POÇO?

Quando José Serra mal acabava de completar 70 anos, fui pesquisar algo sobre ele e a data de nascimento não me passou despercebida.

E daí? Que mal há em tornar-se septuagenário? Não foi Plínio de Arruda Sampaio, então com 80 anos, o candidato mais brilhante, inclusive em termos de agilidade mental, nos debates eleitorais da última eleição presidencial?

Bem, a resposta foi o fato de Plínio haver obtido apenas 0,87% dos votos válidos. Alguém duvida que, sendo 30 anos mais moço, aquele desempenho marcante lhe garantisse votação bem melhor?

O preconceito existe, sim. Curiosamente, o eleitor não dá muita importância à idade dos candidatos ao Legislativo, como se considerasse que vereadores, deputados e senadores não precisam ser dinâmicos. 

Mas, espera que os prefeitos, governadores e presidentes deem grandes demonstrações de gerenciamento, como se a presença física deles em qualquer palco alterasse em algo a tomada de providências. 

Ou seja, cabeça feita pela TV, os cidadãos comuns confundem administração com exibições pueris de autoridade. 

Um prefeito não precisa molhar o pé na enchente para saber o que tem de ordenar aos seus secretários. E, às vezes, tal demagogia sai pela culatra, como aprendeu Marta Suplicy, ao responder com maus modos a uma lojista desesperada. O episódio acabou sendo desastroso para sua imagem.

Mas, um homem de esquerda não tem o direito de, como as balzaquianas ávidas por desencalhar, ficar escondendo a idade e maquilando a aparência. 

Então, o condenável em Serra não era a idade, mas sim estar fazendo de tudo para que sua nova faixa etária não desse na vista.

Corri a trombeteá-la nos meus textos, pois sou um sexagenário brincalhão, fã dos Sobrinhos do Capitão quando criança e do Fradinho Baixinho na mocidade. Não desculpo no Serra ele haver se tornado tão diferente do presidente da UNE e exilado político que um dia ele foi.

Pior ainda, ele começou a campanha tentando aparentar uma jovialidade que não tem. Lembro-me de que, quando sabatinado pela Folha de S. Paulo há dois anos, entrou tão encolhido e amuado no palco que a platéia até ficou em dúvida se era ele  mesmo. Nunca pareceu tão Nosferatu...

Então, sua pedalada eleitoral foi ridícula e sua cara de pânico ao desequilibrar-se no skate, simplesmente desastrosa. Rendeu uma das fotos mais negativas da campanha, ao lado das imagens da lua de mel dos petistas com Maluf.

Agora, com Serra despencando nas pesquisas, os expertos botam a culpa na sua idade e na má campanha televisiva.

Pode ser. Mas,  será que escapa aos eleitores o fato de ele estar brigando com a idade? Não o estarão  punindo  por isto?

Enfim, é melhor perder eleições do que perder a dignidade. E, pelo jeito, Serra vai acabar sem ambas. Pobre coitado.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

CARTA ABERTA (E DESESPERADA!) À PRESIDENTE DILMA

Presidente Dilma,

faz muito tempo --quase 43 anos!-- que nos conhecemos naquele turbulento congresso da VAR-Palmares em Teresópolis, de triste lembrança para mim e, presumo, também para si. Quantos participantes logo não estariam mais conosco, sofrendo mortes que os usurpadores do poder tudo faziam para tornar mais sofridas, pois a força era seu único argumento e eles se viam obrigados a intimidar uma nação inteira!

Estávamos à beira do abismo e não sabíamos. Animados pelas notícias que nos chegavam sobre o sequestro do embaixador Charles Elbrick pela ALN, ainda nos dividíamos em discussões apaixonadas sobre os rumos da nossa luta, como se bastasse discernirmos as melhores linhas de ação para a vitória se tornar viável.

Hoje sabemos que tanto a postura mais moderada dos que permaneceram na VAR (seu caso), quanto a mais radicalizada dos refundadores da VPR (meu caso), conduziam ao mesmo martírio, face à extrema inferioridade de nossas forças.  O poder de fogo acabou prevalecendo sobre a justeza da causa.

Então, visto retrospectivamente, aquele congresso coincide com o início da agonia dos movimentos de resistência que confrontaram o arbítrio no auge do terrorismo de estado em nosso país. A partir de outubro de 1969 vimos as desgraças aumentarem dia a dia, as mortes e prisões se tornando tão frequentes que até temíamos abrir o jornal a cada manhã.

Nós dois, presidente Dilma, descemos ao inferno e dele conseguimos retornar, mas reconstruímo-nos de formas diferentes, sob diferentes circunstâncias. Temos, contudo, em comum o sentimento de débito em relação aos companheiros que tombaram, a percepção de que nos cabe, como sobreviventes de uma epopéia que tragou algumas das pessoas mais idealistas e generosas já produzidas por este país, honrarmos seu sacrifício.

Então, no momento mesmo de sua vitória na eleição presidencial de 2010, eu já escrevia que "a dívida social (...) está muito longe de ser zerada, como o foi o débito com o FMI", daí os votos de que aproveitasse bem "seu grande momento", continuando a ser, no poder, "a aguerrida companheira que, como Chaplin, queria chutar o traseiro dos ociosos; como Cristo, trouxe uma espada para combater a injustiça; e como Marx, pretendia proporcionar a cada trabalhador o necessário para a realização plena como ser humano".

Mais especificamente sobre o fato de o Brasil ser presidido pela primeira vez por quem pegou em armas contra uma ditadura, eu comentei:
"Talvez seja o que estivesse faltando para a superação, de uma vez por todas, das dores e rancores remanescentes de um dos períodos mais sombrios de nossa História.

E para nós, os que preparamos o caminho da amizade, passarmos a ser vistos com mais bondade..."
A referência a uma poesia famosa de Bertolt Brecht e ao tema musical da peça Arena conta Zumbi (dela derivado) tinha um forte motivo: a mágoa que todos os antigos resistentes carregamos, por muitos brasileiros e boa parte da grande imprensa desmerecerem a luta quase suicida que travamos, contra um inimigo bestial e absolutamente sem escrúpulos.

Arriscamos tudo: nossas vidas, nossa integridade física, nossa sanidade mental e nossas carreiras. E vimos nossos entes queridos covardemente retaliados, pois foram também submetidos a torturas, a intimidações, a humilhações, à estigmatização e até a abusos sexuais.

Como a Resistência Francesa, não fomos nós que realmente derrotamos os totalitários. Mas, se os franceses, orgulhosamente, reverenciam aqueles que salvaram a honra nacional, evitando que o país ficasse identificado com os colaboracionistas de Vichy, há brasileiros para quem nada significa termos sido os  filhos seus  (do Brasil)  que não fugiram à luta

Sem os poucos milhares de combatentes que seguimos o exemplo de Tiradentes, a imagem que ficaria dos nossos  anos de chumbo  seria a daqueles emergente deslumbrados com o milagre econômico e preocupados exclusivamente em enriquecer, enquanto as piores atrocidades eram cometidas.

Sei que não estou falando nada de novo para si, presidente Dilma. Acredito, contudo, que não tenha chegado ao seu conhecimento o fato de que a União há muito descumpre a Lei n.º 10.559/2002, cujos artigos art. 12, § 4º e 18 estabelecem a obrigatoriedade de rápido pagamento das reparações retroativas às vítimas da ditadura militar:
§4º As requisições e decisões proferidas pelo Ministro de Estado da Justiça nos processos de anistia política serão obrigatoriamente cumpridas no prazo de sessenta dias, por todos os órgãos da Administração Pública e quaisquer outras entidades a que estejam dirigidas, ressalvada a disponibilidade orçamentária.

Art.18. Caberá ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão efetuar, com referência às anistias concedidas a civis, mediante comunicação do Ministério da Justiça, no prazo de sessenta dias a contar dessa comunicação, o pagamento das reparações econômicas, desde que atendida a ressalva do § 4º do art. 12 desta Lei.
Fica claríssimo que, havendo disponibilidade orçamentária, tais reparações deveriam ser pagas em 60 dias; e que, inexistindo disponibilidade orçamentária no ano em curso, teriam de estar contempladas no Orçamento seguinte.

Tardou demais o Estado brasileiro em oferecer-nos o que, no momento da redemocratização, teria sido um apoio para reconstruírmos nossas vidas extremamente prejudicadas e quase destruídas nos porões da ditadura, bem como pelas perseguições e estigmatizações subsequentes; agora, acaba sendo apenas uma tábua de salvação para termos, pelo menos, velhices tranquilas.

A União, contudo, reescreveu informalmente a Lei n.º 10.559/2002 ao decidir, em 2007, quitar o retroativo em  suaves prestações mensais, até 2014, quando se propõe a zerar o que ainda haja restado do seu débito.

Alguns conseguiram fazer com que a escrita da lei prevalecesse, mediante mandados de segurança. Por um destino insólito, contudo, novamente estou sendo eu a vítima da morosidade, má vontade e  sabe-se lá mais o quê  dos Poderes majestáticos e suas burocracias arrogantes --exatamente como no caso da própria concessão da anistia, que no meu caso acabou se tornando uma pequena epopéia.

Daquela vez foram 50 meses de espera, agora já estão sendo 66. Porque, como cidadão consciente dos meus direitos, não me conformei com o descumprimento da Lei n.º 10.559/2002 ao longo de todo o ano de 2006 e também em 2007, quando finalmente recorri a um mandado de segurança (nº 12.614 - DF - 2007/0022638-1) para receber o que me era devido. Logo depois a União anunciou seu plano de pagamento parcelado.

Meu processo levou inacreditáveis e exatos quatro anos para ter o mérito julgado. Houve até um pedido de unificação de jurisprudência, pois três Câmaras do Superior Tribunal de Justiça davam decisões conflitantes sobre casos idênticos.

Após a Corte Especial ter dirimido as dúvidas e fixado o paradigma a ser seguido, meu mandado de segurança foi reconhecido por 9x0.

A União interpôs um embargo de declaração, exumando um argumento (o de que tal mandado não seria o instrumento jurídico adequado) que o relator anterior, Luiz Fux, já desconstruíra em 2007!

Inacreditavelmente, o relator atual acaba de modificar a decisão unânime do julgamento, fazendo tudo retornar à estaca zero!

O prosseguimento da batalha judicial me deixa em situação dramática, pois tenho muitos dependentes e muitas dívidas, empréstimos contraídos e várias vezes remanejados, e a obrigação de desocupar minha morada até o último dia do ano, pois não tive como aceitar o aumento de aluguel pleiteado pelo locador.

Sou idoso, discriminado no meu mercado de trabalho em função de idade e convicções políticas, e tenho uma criança de quatro anos morando comigo. Do que eu recebo da União depende também o sustento de uma mãe octogenária e a pensão de minha outra filha menor, que vive com a mãe dela.

Considero iníquo e desumano que eu e os meus dependentes estejamos em situação tão dramática quando o que nos faz tanta falta já me foi concedido por lei e assinado pelo ministro da Justiça em outubro/2005!

Então, presidente Dilma, faço-lhe um duplo e desesperado apelo:
  • que reconsidere a questão do pagamento do retroativo para todos os anistiados; e 
  • que determine a seus assessores a busca de uma saída emergencial para a situação terrível a que fui levado pelo trâmite kafkiano do meu processo e a criatividade dos defensores da União para desencavarem filigranas que retardem o cumprimento da lei. 
Tal criatividade deveria, isto sim, servir  para minorar o sofrimento dos seres humanos. É a desumanidade que não precisa nem deve ser criativa.

Esperançosamente,

Celso Lungaretti

domingo, 26 de agosto de 2012

O QUE EU FAÇO NO MEIO DESTA ELEIÇÃO?

Apesar de existirem milhares de filmes que podemos baixar na internet, ainda não consegui colar no meu álbum algumas  figurinhas carimbadas. Pacientemente, torno a procurá-las de tempos em tempos, apostando em que algum internauta as acabará disponibilizando para download.

Caso de uma western humorístico que vi há quatro décadas, O que eu faço no meio desta revolução?, dirigido por um mestre do bangue-bangue à italiana (Sergio Corbucci) e protagonizado pelo extraordinário Vittorio Gassman. Como ninguém postou legendas, de nada me adianta o torrent do filme, pois não entendo de ouvido o idioma dos meus avós.

Lembro-me remotamente das agruras do ator que, em turnê pelo México, envolve-se casualmente com a revolução de Villa e Zapata, passa o tempo todo tentando safar-se do imbroglio, mas, no final, a acaba assumindo e, parece-me, tendo morte heróica.

É como às vezes me sinto em relação à campanha eleitoral.

A Folha de S. Paulo mancheteia neste domingo que 64% dos paulistanos querem ver mantida a obrigatoriedade do horário eleitoral em rádio e TV. O horror, o horror!

Nem o fato de que qualquer dia aparecerei durante segundos na propaganda do PSOL (o suficiente apenas para cruzar os braços e encarar os telespectadores...), me faz ter a mais remota simpatia pelo interminável desfile de candidatos patéticos, que sempre relacionei a outra fita italiana, esta uma obra-prima de Ettore Scola: Feios, sujos e malvados (1976, c/ Nino Manfredi).

Para quem vê na política o instrumento para transformar a sociedade, no sentido de despertá-la do pesadelo capitalista e propiciar o advento da "terra da amizade, onde o homem ajuda o homem" (belíssimos versos de um dos temas musicais de Arena conta Zumbi), nada pode ser mais depressivo do que tal demagogia grotesca e delirante, tal toma lá o voto sem quase nunca darem cá a ninharia que prometem, tal carnavalização como forma de chamar atenção, tais ambições pequenas de pessoas idem.

O que o Giannazi, um homem idealista, articulado e de trajetória política exemplar, tem em comum com esses farsantes medíocres, esses Russomannos, Haddads e Chalitas? Nada, absolutamente nada. 

É um Gulliver obrigado a disputar espaço com liliputianos... que, se não conseguirmos tirar leite de pedra, acabarão prevalecendo sobre ele por terem poderosas máquinas partidárias, muito mais recursos financeiros, exposição maior na mídia e no horário eleitoral, mensagens que vêm ao encontro das aspirações dos eleitores aferidas em pesquisas qualitativas, etc.

Tratar uma candidatura como produto tem tudo a ver com a sociedade de consumo; é a linguagem a que o grande público está habituado e condicionado. Quem se propõe a aclarar as consciências ao invés de embotá-las leva enorme desvantagem.

O verdadeiro palco para a esquerda sempre foram  as escolas, as ruas, campos e construções, onde o contato com as massas é direto e dramático, não as telinhas que separam  os homens dos outros homens para que, cada um por si, sucumbam mais facilmente à manipulação e à desumanização. 

Mas, se participarmos do mafuá eleitoral gratuíto é ruim, pior ainda seria se nem esta ínfima brecha aproveitássemos para tentar sensibilizar os corações e despertar as mentes.

Em circunstâncias muito raras e especiais, os Davis conseguem vencer os Golias. Só que, se não formos com nossas fundas para o campo de batalha, nunca saberemos se estávamos ou não diante de uma dessas oportunidades únicas. 

Como disse o Vandré numa canção de homenagem ao Che, "Quem afrouxa na saída/ Ou se entrega na chegada/ Não perde nenhuma guerra/ Mas também não ganha nada".

sábado, 25 de agosto de 2012

A MÍDIA ESCANCARA OS PODRES DO RUSSOMANNO... COM ANOS DE ATRASO!

Um leitor me mandou e-mail sugerindo que apresentasse metas de campanha e planos para a cidade, ao invés de expor o ridículo de candidatos como Celso Russomanno.

É como a indústria cultural quer que sejam tratadas as eleições municipais: sem confronto ideológico.

É como a indústria cultura conseguiu tornar chatíssimos os debates televisivos, transformando-os em mera formalidade que não altera o resultado da eleição, quase sempre ditado pelo poder econômico.

Enquanto isto, os jornalões multiplicam as denúncias, exumando maracutaias antigas que há muito deveriam ter sido escancaradas. Só o são quando isto convém aos barões da mídia e aos interesses que eles representam.


Caso da trajetória política de Celso Russomanno, um mar de impropriedades, prováveis ilicitudes, demagogia grosseira e projetos estapafúrdios.

Por que não se trouxe tudo isso à baila antes de ele assumir a liderança das pesquisas de intenção de voto para a Prefeitura de São Paulo? Eram pecadilhos para um deputado e são pecados mortais para um prefeito?

Como se trata de um dos piores candidatos paulistanos e de uma grave ameaça à democracia (pois poderá garantir para os devotos do cordeiro de ouro a conquista de um bastião político de primeira grandeza, contribuindo para alastrar ainda mais o fisiologismo na política), vou reproduzir trechos da notícia deste sábado da Folha de S. Paulo.

Mas, insistindo em que a informação deve ser sempre disponibilizada para os leitores, ao invés de arquivada para uso (ou não) em momentos estratégicos. É bem mais fácil esmagarmos os ovos de serpente do que combatermos os ofídios já crescidos.


"O candidato do PRB à Prefeitura de São Paulo, Celso Russomanno, que deu impulso a sua carreira política trabalhando pela defesa dos consumidores, procurou o governo federal em 2004 para defender interesses de uma empresa que deu calote em 110 mil pessoas e quebrou pouco tempo depois.

A empresa chama-se Valor Capitalização e era controlada pelo Banco Santos, que foi à lona em 2004. A empresa e o banco estão em processo de liquidação judicial.

Russomanno, que na época era deputado federal, levou à Advocacia-Geral da União uma proposta da Valor para que os bingos, fechados em fevereiro de 2004, fossem autorizados a vender títulos de capitalização.

Segundo ele, seria uma maneira de ocupar os imóveis que ficaram ociosos com o fim dos bingos e dar emprego aos seus ex-funcionários. Para a Valor, seria uma maneira de ampliar suas vendas e salvar o negócio.

A situação da Valor quando Russomanno tentou ajudá-la era nebulosa por conta das operações que fazia com o Banco Santos.

No balanço de 2004, os auditores dizem que 'não é possível' apurar a saúde financeira da empresa. Em dezembro daquele ano, o Banco Central interveio no Santos por conta de um rombo que chegou a R$ 2,6 bilhões.

...Russomanno pediu à Advocacia-Geral da União um 'parecer técnico' sobre a proposta da Valor. Os pareceres da AGU, quando aprovados pelo presidente da República, têm caráter normativo e valem como se fossem lei.

O pedido foi rejeitado por consultores do Ministério da Fazenda que examinaram o caso a pedido da AGU. 'A proposta (...) não se mantém do ponto de vista legal', escreveram num parecer de abril de 2007. 'Não há como substituir uma ilegalidade, uma atividade já interditada'.

Na época da proposta, a empresa era alvo de reclamações de investidores que se consideravam lesados por ela. No fim de 2004, havia 186 processos nos Procons e 1.957 processos na Justiça, segundo o balanço.

A Valor foi liquidada em janeiro de 2006. A dívida da empresa está calculada hoje em R$ 41 milhões, dos quais R$ 10 milhões com ex-funcionários...

Investigações do BC apontam que a Valor foi usada pelo Banco Santos para fraudar seus relatórios financeiros."

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

RUSSOMANNO TAMBÉM COSPE NO MALUF EM QUE COMEU

Sabatinado pelo jornal Folha de S. Paulo, Celso Russomanno reagiu violentamente a uma pergunta da colunista Barbara Gancia, sobre as lições por ele aprendidas "com seu padrinho Paulo Maluf".

Gancia deveria ter dito  ex-padrinho. Depois da derrota na eleição para governador de São Paulo, quando foi apadrinhado por Maluf, ele mudou de padrinho para tentar a prefeitura paulistana.

Agora beija a mão de Edir Macedo, o astro daquele inesquecível vídeo sobre partilha dos dízimos...

Russomanno rodou a baiana, pois envolvimento com Maluf é veneno em período eleitoral, como aprendeu o Haddad (vide aqui):
"Não é meu padrinho, nunca foi e não será. Em todas as minhas eleições, fiz sozinho a votação para me eleger".
Na eleição que o Russomanno perdeu em 2010, contudo, o apoio de Maluf foi vital para que ele ficasse em terceiro lugar.

O que se evidencia nos fagrantes daquela campanha eleitoral. As imagens não mentem jamais...

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

DEVERIA TER PENSADO MELHOR ANTES DE IREM PARA O MOTEL...

"Não acredito na fulanização do debate. Se cada um for ter que responder pelos outros... Você responde por você, eu respondo pela minha biografia."

A frase é do candidato do PT à Prefeitura paulistana, Fernando Haddad, evitando responsabilizar-se pela biografia (o termo mais apropriado seria ficha criminal) do seu aliado Paulo Maluf.

Haddad só responde pela própria biografia, de ministro trapalhão da Educação, que tornou o Enem um  samba do crioulo doido.

Alguém deveria lembrar-lhe uma das pérolas da sabedoria popular: virgindade perdida não se recupera.

Pessoas decentes não andam aos cafunés e abraços com aqueles que não merecem sua confiança.

Pessoas decentes não esquivam-se de defender aqueles com quem andaram aos cafunés e abraços.

Fez me lembrar um clássico da literatura: O retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde. Sobre o dândi que se dispôs a trocar sua alma pela  juventude e beleza eternas, conservando-se no esplendor enquanto um retrato ia se modificando no seu lugar.

Até que não conseguia mais suportar aquela visão repulsiva, na qual estavam vivamente impressas as marcas da velhice e dos deboches a que ele se entregava. 

Então, Dorian resolveu praticar o bem por alguns dias, acreditando que assim o retrato mudaria para melhor.

Quando foi ver o resultado, constatou que a imagem não só continuava sendo a de um ancião asqueroso, como ainda piorara, passando a evidenciar uma característica antes inexistente: o cinismo.

Para bom entendedor...

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

CARTILHA DE UM CANDIDATO DE ESQUERDA

Ao refletir sobre a minha candidatura, cheguei a conclusões mais gerais, que podem servir para todos os candidatos verdadeiramente de esquerda, daí eu estar compartilhando tais reflexões.

O que um vereador de esquerda pode fazer, HOJE, pela cidade de São Paulo?

Apresentar projetos justos e necessários, que são sistematicamente inviabilizados pela maioria de direitistas, reformistas e fisiológicos?

Discursar e votar contra projetos das bancadas direitistas, reformistas e oportunistas, que acabam por ser aprovados, por mais que se escancarem seus defeitos e impropriedades?

Pedir o impeachment do prefeito como ato simbólico, pois, mesmo havendo carradas de razões para o impedimento, será negado?

Então, quais os objetivos de quem é de esquerda e se propõe a ser vereador de São Paulo?

Os imediatos são os de mudar a correlação de forças na Câmara Municipal e contribuir para a eleição de um prefeito de esquerda.

Como fazer isto, igualando-nos aos candidatos de direita, aos reformistas, aos fisiológicos e aos palhaços na forma de fazer campanha? É possível obter sucesso assim? 

Episodicamente, é. Mas, como regra geral, não. Nem, muito menos, é VÁLIDO.

Os outros podem prometer iluminação pública, creches, postos de saúde e outras benesses para os moradores de cada bairro, de cada rua. O  toma-voto-cá-dá-benefício-lá  da política clientelista.

Nós dificilmente teremos como entregar o prometido, enquanto nossas bancadas forem minoritárias.

E, mesmo quando elas são majoritárias, NÃO DEVEMOS, JAMAIS, USAR COMO CARTÃO DE VISITA O QUE NADA MAIS É DO QUE OBRIGAÇÃO. Assim como, em nosso caso, não há mérito, só obrigação, em resistirmos à corrupção e a combatermos. 

A participação na política oficial, para nós, é de ordem tática e não estratégica. Nunca deve obscurecer ou colocar em segundo plano os nossos objetivos de longo prazo e maior relevância. E isto também nos impõe o  DEVER  de nos erigirmos em exemplo vivo dos ideais pelos quais lutamos, mantendo a superioridade moral em todas as circunstâncias.

Para nós, as relações de poder --a luta ideológica, portanto-- têm de vir sempre em primeiro lugar.

Enquanto os direitistas, os reformistas e os fisiológicos jogam poeira colorida nos olhos dos eleitores, cumpre-nos advertir o eleitorado de que:
  • os cidadãos nunca terão tudo de que precisam e tudo que merecem sob o capitalismo;
  • nada do que obtiverem estará garantido sob o capitalismo, pois o quadro sempre poderá ser alterado para atender aos interesses dos poderosos (que o digam os escorraçados pela especulação imobiliária!);
  • muito mais do que uma cidade, o que se faz necessário é mudar um país, pois os grandes problemas da cidade são meros reflexos das distorções que o capitalismo impõe a todo o Brasil.
E nós, candidatos de esquerda, temos de nos desdobrar para cumprir um duplo papel:
  • lutar contra o capitalismo, por um ordenamento da sociedade que concretize os ideais milenares da humanidade (justiça social e  liberdade);
  • defender intransigente e incansavelmente os direitos e o atendimento dos justos reclamos dos munícipes, tudo fazendo para minorar os sacrifícios que o capitalismo lhes impõe, mas nunca esquecendo de deixar bem claro que a solução real e definitiva não é administrativa. É política. É REVOLUCIONÁRIA, enfim!
A burguesia e sua indústria cultural tudo fazem para DESPOLITIZAR as eleições, reduzindo-as a tediosas discussões de questiúnculas administrativas, de miudezas, de meros paliativos. Pequenas reformas na fachada de um edifício condenado e que precisa ser reconstruído desde os alicerces.

Nós só cumpriremos nossa missão de REVOLUCIONÁRIOS se recolocarmos a  NECESSIDADE DE UMA PROFUNDA MUDANÇA  no centro de tudo, seja em eleições nacionais, seja nas estaduais e municipais. É O CAPITALISMO QUE TEMOS DE PÔR EM DISCUSSÃO E EM XEQUE, não apenas as mazelas das respectivas administrações. 

Para começar, é mais do que tempo de voltarmos a utilizar, ORGULHOSAMENTE, a palavra REVOLUÇÃO e de assumirmos, sem eufemismos, que é por ela que lutamos. 

Somos muito mais e muito melhores do que vereadores, prefeitos, deputados, governadores, senadores ou presidentes. Somos REVOLUCIONÁRIOS. E se quisermos que os outros nos vejam como somos, temos de começar nós mesmos a nos vermos assim e a nos apresentarmos como tais.

Vencermos ou perdermos eleições, neste momento, é menos importante do que reconquistarmos o  RESPEITO  dos cidadãos.  E isto nós só conseguiremos de peito aberto e com discurso franco.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

A TRAGÉDIA FOI COLLOR; RUSSOMANNO PODERÁ SER A FARSA TRÁGICA

"Hegel observa em uma de suas obras que todos os fatos e personagens de grande importância na história do mundo ocorrem, por assim dizer, duas vezes. E esqueceu-se de acrescentar: a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa." (Karl Marx, O 18 de brumário de Louis Bonaparte)

Talvez estejamos prestes a presenciar uma farsa de consequências quase tão funestas quanto a tragédia da eleição de Fernando Collor para presidente da República. Então, vale a pena, primeiramente, recapitularmos o que aconteceu em 1989.

Naquele ano a Agência Estado incumbiu-me de entrevistar os candidatos a presidente da República bem no comecinho da campanha. Fernando Collor aparecia em segundo lugar numa rara pesquisa de intenção de votos feita naquele mês de abril. Nenhum analista político importante apostava um centavo nas suas chances contra Mário Covas, Leonel Brizola, Paulo Maluf, Ulysses Guimarães, etc. 

O consenso era de que, quando a campanha esquentasse, o autoproclamado  caçador de marajás, conhecido apenas no Nordeste, seria desalojado das primeiras posições pelos candidatos que marcavam presença no noticiário político nacional há décadas.

Fui, talvez, o primeiro a desconfiar que Collor não seria  fogo de palha. Era imenso o desencanto com o desgoverno de José Sarney e seus recordes inflacionários que convulsionavam a vida do cidadão comum; e a rejeição se estendia aos outros políticos mais notórios. 

O eleitorado queria uma  nova cara  e Collor atendia a tal expectativa: era desconhecido, carismático e apresentava-se como o guerreiro que teria confrontado com êxito as velhas oligarquias nordestinas. 

E, se a  panca de valente  lhe servia como trunfo em relação ao povão, suas promessas de modernização tecnológica (a Lei de Informática e outros protecionismos travavam nosso desenvolvimento econômico) e  estado mínimo  seduziam parte da classe média.

Os meses foram passando e, ao invés de Collor definhar, passou a ser o líder das pesquisas.

Mesmo assim, os realmente poderosos tentatam alavancar candidatos que lhes seriam mais dóceis, como Aureliano Chaves, Guilherme Afif Domingos e até Mário Covas. Tinham um certo receio daquela incógnita que vinha da periferia do sistema e queria impor-se a ele. Temiam, com razão, que se revelasse um novo Jânio Quadros, imprevisível e destrambelhado.

Mas, nenhuma das opções tentadas colou. A grande imprensa passou, p. ex., umas duas semanas privilegiando um Afif Domingos, com enormes entrevistas nos jornais, exposição privilegiada na TV, matérias de capa nas revistas; era o  candidato do momento. Mas, quando as pesquisas não revelaram um crescimento significativo, direcionou seus holofotes para Covas, igualmente em vão. Então, curvando-se à evidência dos dados, em agosto o sistema optou por Collor como seu paladino para derrotar a esquerda.

Na outra trincheira também uma  nova cara  se impôs. O fantasma que assombrava os poderosos desde que ficaram evidenciados o fracasso e a exaustão da ditadura militar era Brizola. Foi por temerem sua eleição, dada como certa, que manobraram para impedir a aprovação da emenda Dante de Oliveira, favorecendo, em seguida, a eleição indireta de Tancredo Neves (os parlamentares da bancada governista liderados por José Sarney foram, e não por acaso, o fiel da balança nas duas votações, daí ele ser recompensado com a vice-Presidência na  Nova República  que já nasceu velha...).

Mas, no frigir dos ovos, foi Luiz Inácio Lula da Silva quem conquistou a vaga para o 2º turno, ao obter 454 mil votos mais do que Brizola (em termos percentuais, o primeiro ficou com 16,08% e o segundo com 15,45%).

Depois de apostar suas fichas em Collor já no 1º turno, levando-o a obter sozinho tantos votos quanto Covas, Maluf, Afif, Ulysses Guimarães e Aureliano Chaves somados, a direita jogou mais pesado ainda no 2º turno, garantindo-lhe a vitória... e condenando o Brasil à turbulência collorida e à mediocridade de Itamar Franco.

O CAVALO DE TRÓIA DE EDIR MACEDO

Há óbvios pontos de contato com a eleição paulistana de 2012, como a saturação com o domínio muito prolongado e cada vez mais estéril dos tucanos e seus aliados no estado e na cidade de São Paulo, bem como o desalento do cidadão comum com a política e os políticos (mais ainda porque a campanha começa quando o principal assunto do noticiário é o julgamento do mensalão).

Então, como Collor em 1989, a  nova cara  (Celso Russomanno) surpreendeu nas pesquisas iniciais ao aparecer na segunda colocação e mais ainda agora, ao assumir a ponta. Quem dava como favas contadas que ele seria  fogo de palha  começa a ficar com a pulga atrás da orelha.

Uma diferença importante é a que, por enquanto, não há um espectro da esquerda que assuste tanto o sistema quanto Brizola e Lula em 1989. O único que poderá desempenhar tal papel é Carlos Giannazi, se deslanchar.

Mas, a persistir o esvaziamento de José Serra, poderemos chegar a uma situação em que a disputa se decida entre Fernando Haddad e Celso Russomanno.

Como se percebe um nítido empenho dos poderosos e sua indústria cultural em esvaziarem Lula, favorecendo uma candidatura de Dilma Rousseff à reeleição (para começarem a torpedeá-la no dia seguinte à sua homologação pelo PT...), podemos temer, sim, que eles pavimentem o terreno para Russomanno chegar à Prefeitura. A derrota do seu  bebê de proveta  seria o golpe de misericórdia nas aspirações presidenciais de Lula.

Mas, se Russomanno repete Collor quanto a ser uma  nova cara  e ter dotes de bom comunicador, não é messiânico nem arrojado. Trata-se de um oportunista de voos curtos, ligações/episódios nebulosos (ver aqui) e um histórico legislativo de projetos disparatados (ver aqui).

Em termos pessoais, dele só há a temermos que venha a ser outro prefeito lacaio do grande capital e patético como Gilberto Kassab.

Mas, sua eleição aumentaria em muito o poder de fogo político da Igreja Universal do Reino de Deus e outras  empresas  dedicadas à exploração da fé.

O papel extremamente nocivo dessas bancadas evangélicas devotas do bezerro de ouro evidencia-se cada vez mais: satanização dos cultos afro-brasileiros, perseguição aos gays, campanhas extremadas e obscurantistas contra o aborto, reacionarismo (foram elas, p. ex., que condicionaram a aprovação do projeto da Comissão da Verdade à não participação de vítimas da ditadura)... e, claro, fisiologismo escancarado.  

Então, a eleição de Russomanno não seria, talvez, uma tragédia. Mas, leva todo jeito de, lembrando uma velha comédia macabra com Boris Karloff e Vicent Price, vir a tornar-se uma  farsa trágica.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

KASSAB ERA BESTIAL, AGORA NÃO PASSA DE UMA BESTA. SEGUNDO O HADDAD...

Fernando Haddad é tão trapalhão nas declarações que dá para fingir que é candidato (e não apenas um bebê de proveta do Lula...) quanto o era para organizar o Enem quando fingia ser ministro da Educação.

Qualificar Gilberto Kassab de "o pior" e o "mais mal avaliado" prefeito do País é pedir para que lhe joguem na cara o fato de que o PT firmou com o dito cujo uma aliança eleitoral no início do ano. Ele e Haddad só não estão juntinhos nos palanques porque a noiva refugou e acabou subindo ao altar com outro pretendente, José Serra.

O sapo era príncipe quando serviria como apoio para Haddad conquistar a Prefeitura. Agora, virou o batráquio mais execrável do pântano.

Fez-me lembrar o saudoso técnico de futebol Oto Glória que, com seu inconfundível sotaque lusitano, constatava:
"Quando o time ganha, os torcedores dizem que o técnico é bestial. Quando perde, ele não passa de uma besta".
De resto, ficamos sabendo qual é, afinal, a  nova política  que o Haddad representaria, segundo o slogan que os marqueteiros criaram para sua campanha.

Trata-se apenas de um novo rótulo para  desfaçatez  e  amoralidade...

domingo, 19 de agosto de 2012

UMA MISSÃO QUE ASSUMO: DESMASCARAR AS MANIPULAÇÕES DA GRANDE IMPRENSA

Alvíssaras! Finalmente a Folha de S. Paulo não só admite haver cometido erros numa matéria em que assumiu postura de direita contra a esquerda, como reconhece que tais erros decorreram de se haver alinhado com a primeira, ao invés de manter isenção e equidistância nos seus espaços informativos.

Acionada pela mensagem que lhe encaminhei, a ombudsman Suzana Singer ouviu os envolvidos na efetivação da entrevista de Cesare Battisti que foi publicada pela Folha no domingo passado (4): o próprio; o sindicalista Magno de Carvalho, que o estava abrigando; e o repórter João Carlos Magalhães.

Ela inocentou o repórter, mas condenou "a mão pesada da edição", ou seja, a foto e a legenda estampados na capa, mais o título dado no caderno interno. Eis sua avaliação:
"A reportagem está correta, mas a mão pesada da edição estragou o resultado. O corte dado à foto original amplia o entrevistado e a sua cerveja, fazendo com que a risada, ao lado do 'la dolce vita clandestina' [sarcasmo expresso na legenda], soe como um deboche.

O texto não suporta esse título: ele mora em uma casa modesta, vive quase sem dinheiro, isolado, com medos persecutórios. Sua vida só é doce para os que acreditam que Battisti deveria estar na prisão.

Na página interna, aparece outra foto dele bebendo, desta vez uma cachaça. Redundante, só faria sentido se houvesse algum indício de alcoolismo, o que não é o caso.
 O título -'Revolução? Isso é uma piada'- omite a palavra 'armada', o que passa a impressão de que ele desistiu de qualquer luta social. Como diz Battisti, ele ficou mal com a 'direita' e com a 'esquerda'.
Em dez editoriais, ao longo de dois anos, a Folha defendeu duramente a extradição...

Nenhum problema nisso. O jornal deve defender suas posições no espaço correto. Só não pode deixar que a opinião contamine o noticiário, como aconteceu no domingo".
Trocado em miúdos, a opinião do jornal da ditabranda  sempre foi contrária ao antigo militante revolucionário (como o é em relação a todos os revolucionários, antigos e atuais...), mas as boas práticas jornalísticas exigiam que tal viés não impregnasse a informação.

Isto, entretanto, não ocorreu. A edição foi tendenciosa, procurando passar a pior imagem possível de Battisti na capa do matutino, vista por um número muito maior de pessoas do que as páginas internas, pois fica exposta nos pontos de venda; e no título da reportagem, que também é lido por mais pessoas do que o texto.

Quem compra um jornal, folheia-o para saber o que cada página contém, mas só lê os assuntos que realmente lhe interessam. Ora, passando os olhos pela reportagem sobre Battisti, sem mergulhar no texto, o leitor ficaria com as seguintes impressões: é um debochado que está sempre enchendo a cara, leva uma  dolce vita  no Brasil e renega a revolução que dizia defender. 

Ou seja, reforça a caricatura que linchadores como Mino Carta dele esboçaram e tudo fizeram para impingir ao distinto público.

Foi uma reveladora lição de como jornais e jornalistas inescrupulosos plantam conceitos na cabeça dos incautos.

ESPIÕES E REPÓRTERES

Quanto às justificativa da ombudsman para outros desvios de conduta do jornal, não convencem. Usar uma relação familiar para obter entrevista, insinuando-se junto ao entrevistado como amigo e não como profissional, é procedimento de espião, não de repórter.

Para Suzana Singer, "tanto faz de quem foi a idéia" da ida de Battisti a um boteco para a tomada de imagens. Mas, tendo sido ele levado a crer que o jornalista, afiançado pelo tio, não pretendia  sacaneá-lo (é a expressão cabível), deu sua colaboração por cortesia. Battisti é afável por natureza.

Ou seja, colocou-se ingenuamente numa posição ridícula e que em outras circunstâncias não assumiria, graças a um ardil do repórter. Tanto faz?

Na troca de e-mails com a ombudsman, pedi-lhe que apurasse um pequeno mas revelador detalhe: quem pagou a conta? Sabendo das dificuldades financeiras de Battisti, a ponto de abreviar conversas telefônicas para não gastar muitos créditos do seu cartão, eu tinha certeza de que se constataria o óbvio: quem convida, paga. Tanto faz?

Quanto à leviandade do jornal, ao espalhar pelo mundo o nome da região em que Battisti residia, foi simplesmente grotesca. Havia o compromisso de não o fazer, imposto a todos os entrevistadores. Duas revistas honraram a palavra empenhada. A Folha, não. Eis a explicação de Suzana Singer:
"O sigilo a respeito da cidade onde ele vive foi, de fato, quebrado, mas, dois dias antes da publicação, o repórter consultou o dirigente sindical Magno de Carvalho, o dono da casa onde Battisti está. A informação havia vazado na internet e Carvalho concordou que não havia mais segredo a preservar".
O vazamento se deu, na verdade, em jornais da região, não na internet. E a informação dificilmente chegaria à Itália, de onde podem ser despachados os assassinos -- afinal, foi o que o serviço secreto daquele país já tentou fazer uma vez, quando andou negociando com mercenários o sequestro ou eliminação de três alvos em território estrangeiro (ele e outros dois, conforme noticiado pela própria imprensa italiana).

Trombeteado pelo dito  maior jornal do Brasil, agora, com certeza, o nome da cidade é do pleno conhecimento dos inimigos de Battisti. Foi mais um abuso de confiança do repórter, aproveitando-se da boa fé do tio para dele arrancar um álibi que, sabia, seria útil adiante.

Notem: João Carlos Magalhães não consultou aquele que seria o maior prejudicado por sua indiscrição, Battisti. Por que será?

Ou, como diria Suzana Singer,  tanto faz... (texto publicado em 11/09/2011 no blogue Náufrago da Utopia)

sábado, 18 de agosto de 2012

O IMPORTANTE É RESISTIRMOS À DESUMANIZAÇÃO... SEMPRE!

Ontem me deu branco: não consegui imaginar nada de realmente relevante para postar neste blogue de campanha.

Enquanto isto, o texto que coloquei no meu tradicional Náufrago da Utopia (vide aqui) foi um dos meus melhores deste ano, ao tratar o Caso WikiLeaks como ele merece: fazendo galhofa.

Simplesmente não dá para levarmos a sério um antigo império que hoje ameaça uma pequena nação com um ato de guerra por causa... da camisinha que Assange deixou de usar numa relação sexual consentida!

O velho espírito do Pasquim faz falta nos comentários políticos de hoje. Eu tento preencher tal lacuna, sem o brilhantismo dos meus ícones, claro, mas com aplicação.

Quem quiser lições de como escancarar o que há de ridículo por trás do noticiário, leia os vários volumes do Festival de Besteiras que  Assola o País, do inesquecível Sérgio Porto. Ou O ato e o fato, do Carlos Heitor Cony. Ou as compilações dos textos seminais do Pasquim.

Precisamos reagir à camisa de força com que o sistema tenta engessar a campanha política: a fixação obsessiva em propostas administrativas, o que equivale a tirar-se o foco da insanidade e decrepitude do capitalismo como um todo.

Não são detalhes que têm de ser corrigidos. E o capitalismo que tem de ser colocado em xeque pois, enquanto existir, as pessoas continuarão sendo exploradas, excluídas e injustiçadas. É simples assim.

Não podemos cair nessa esparrela do sistema. Sabemos muito bem o que tem de ser feito, mas o que realmente nos falta é poder para o fazermos. E o sistema está aí exatamente para evitar que algum dia o tenhamos.

P. ex., o que há de mais urgente e necessário no estado de São Paulo do que o impeachment do governador que ordenou a barbárie no Pinheirinho, desacatou uma ordem judicial para cumprir a outra que lhe agradava (por vir ao encontro do seu propósito de limpar a área para os especuladores imobiliários) e foi o responsável último pelo sequestro de um idoso ferido para escondê-lo do noticiário (vide aqui)?

Se já seria inaceitável Ivo Teles da Silva haver falecido como consequência da truculência policial, pior, muito pior, foi terem-no confinado num hospital sem anuência (e nem sequer conhecimento) da família. 

Jamais poderíamos ter deixado passar praticamente em branco um episódio como este, em que o Governo Alckmin repetiu as práticas dos piores estados totalitários. Não basta a denúncia à Comissão de Direitos Humanos da OEA, cuja decisão poderá ser ignorada de novo, assim como o está sendo a relativa ao extermínio dos militantes do PCdoB no Araguaia.

Nem que fosse por desencargo de consciência, deveríamos ter tentado o impeachment.

Então, é ESTA a mensagem que devemos levar à população: 
  • somos os que tentaremos impedir as injustiças, acabar com a desigualdade;
  • somos os que tomaremos sempre a defesa do povo sofrido contra as infâmias dos poderosos, e, em última análise, contra a perversidade intrínseca do capitalismo.
Eu poderia até alinhavar umas 50 propostas de campanha, se quisesse. Recuso-me a fazê-lo, pois não é este o motivo pelo qual os eleitores devem (ou não) votar em mim.

O que eu tenho a oferecer-lhes é uma trajetória de mais de quatro décadas de lutas. Já provei suficientemente minha coerência e a minha capacidade de fustigar e até derrotar o inimigo, mesmo em recentes situações de grande inferioridade de forças.

Há quem acredite me atingir dizendo que não votará em mim. Como se ganhar uma eleição fosse o objetivo mais importante da minha vida.

Não é. Trata-se de um passo certo a dar neste instante, para conseguir maior amplitude de atuação; como também seria batalhar pelo resgate da verdade histórica em plena Comissão da Verdade.

Já lutei muito contra o sistema escorado nos circuitos alternativos, como a internet. Constato agora que, para aumentar meu poder de fogo, preciso levar a luta para dentro do sistema. 

Como os revolucionários somos sempre os prejudicados, desfavorecidos, perseguidos, discriminados, estigmatizados, caluniados e  injustiçados, só nos resta tentarmos arrombar as portas, todas as portas, pois jamais elas serão franqueadas para nós.

Não podemos temer as derrotas. Sabia que a minha anticandidatura à Comissão da Verdade só teria sucesso por milagre. E não ignoro a dificuldade em eleger-me sem fazer concessões à espetacularização e esterilização  da política, o grande truque da indústria cultural. 

Se o do diabo é fingir que não existe, o da mídia é fingir que não efetua a mais avassaladora e mesmerizante lavagem cerebral.

O importante é a atitude e o exemplo, não o resultado. 

O importante é lutarmos... SEMPRE! É resistirmos à desumanização... SEMPRE!

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

URGENTE: GIANNAZI SERÁ ENTREVISTADO LOGO MAIS PELO ESTADÃO. ASSISTA AO VIVO!

O professor e deputado estadual Carlos Giannazi inaugurará logo mais a série de entrevistas que o jornal O Estado de S. Paulo vai promover a partir desta 5ª feira com os candidatos à prefeitura paulistana.

Durante 30 minutos, Giannazi apresentará suas propostas e seus programas de governo, respondendo às perguntas de três jornalistas do Estadão.

Os leitores também podem participar com o envio de perguntas pela página da editoria de Política do Estado no Facebook ou pelo Twitter, usando a hashtag  #estadao.

A entrevista começará às 15 horas e poderá ser acompanhada ao vivo na TV Estadão, no portal do jornal (acesse-o aqui).

A AMEAÇA BRITÂNICA A ASSANGE E AO EQUADOR É GRAVÍSSIMA. TEMOS DE REAGIR!

Todas as instituições, entidades e cidadãos que defendem a liberdade e o respeito à soberania das nações devem posicionar-se da forma mais contundente possível contra a arrogante e inaceitável CHANTAGEM do governo britânico, que ameaça invadir a embaixada equatoriana em Londres para SEQUESTRAR Julian Assange, utilizando como PRETEXTO uma estapafúrdia e retalatória denúncia FORJADA na Suécia, caso o governo de Rafael Correa tenha a coragem de conceder-lhe asilo (obs.: acabou de fazê-lo, às 9h desta 5ª feira, 16 --ousarão os britânicos cumprir a ameaça?).

É extremamente insultuoso ao Equador que um país do 1º mundo reaja com tamanha virulência ao mero BOATO de que Correa já estaria decidido a asilar o porta-voz do WikiLeaks, que nada fez além de expor os podres de altas autoridades, principalmente dos EUA, revelando aos cidadãos comuns as monstruosidades cometidas na surdina pelos poderosos.

O ridículo leão desdentado pensa que ainda está rugindo, mas a mensagem que entregou à chancelaria do Equador (vide íntegra aqui) não passa de um miado servil, de gatinho que tudo faz para merecer as carícias do amo estadunidense.

Na carta que o chanceler equatoriano não deveria sequer ter-se dignado a receber, devolvendo-a de pronto como desrespeitosa e descabida, os britânicos se dizem dispostos a "cumprir com as nossas obrigações legais, descritas na Decisão Marco relativa à Ordem de Detenções Europeia e à Lei de Extradição de 2003 (Extradition Act 2003), de levar o Sr. Assange à prisão e extraditá-lo à Suécia".

Ou seja, estão prontos para cometerem UMA FLAGRANTE E GROTESCA VIOLAÇÃO DAS LEIS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS (a Convenção de Viena, de 1961, garante a inviolabilidade do território das embaixadas e missões diplomáticas), a elas sobrepondo um mostrengo jurídico pactuado UNILATERALMENTE pelo Reino Unido com os EUA de George Bush, na onda de histeria e de abusos contra os direitos dos cidadãos subsequente ao atentado contra o WTC.

O mundo precisa dar um basta a esta escalada de arbitrariedades. E a hora é agora!

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

GOVERNO FEDERAL PRIORIZA O PT NO REPASSE DO FUNDO PARTIDÁRIO?

Está na Folha de S. Paulo desta 4ª feira (15):
"Preocupado com a insatisfação do PC do B, o candidato do PT a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, pediu ontem apoio da vice, Nádia Campeão, para tentar acalmar os aliados.

Ele prometeu agilizar o repasse de verbas para financiar as campanhas da sigla à Câmara Municipal.

O mal estar também chegou ao PSB. As siglas apontam suposto favorecimento aos candidatos do PT a vereador e dizem enfrentar dificuldades para pedir votos.

Haddad negou a existência de privilégios para o PT, mas reconheceu que  a campanha está em dívida com as legendas aliadas".
De imediato, ocorrem-me várias perguntas: 
  • o que tem a ver um candidato a prefeito com a liberação dos recursos do fundo partidário por parte da União?
  • o repasse não deveria ser efetuado simultaneamente para todos os partidos?  
  • por Haddad pertencer ao PT, tem como conseguir que seus aliados recebam tratamento diferenciado do Governo Federal? 
  • tal favorecimento já estaria sendo proporcionado aos candidatos do PT a vereador?
  • por que a campanha do Haddad estaria em  dívida  com as legendas aliadas? 
  • prometeu-se a elas que, apoiando-o, seriam tratadas com mais consideração pelo Governo Federal?
Acorda, TSE! Tudo indica que haja um crime eleitoral a ser investigado.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

EDUCADORES SÃO COAGIDOS A PARTICIPAREM DE REUNIÃO PRÓ-SERRA

"Diretores e professores, venham prestigiar a candidatura de José Serra a prefeito de São Paulo! Com os tucanos no poder, vocês terão a certeza de sempre contarem com a tropa de choque da PM para agredir seus alunos e barbarizar sua escola!"

Será esta a mensagem da circular que a Secretaria Estadual da Educação está enviando aos dirigentes de escolas públicas?

Se não é, deveria ser. Pois, em termos de Educação, o que mais chama a atenção na trajetória política de Serra é haver presidido a União Nacional dos Estudantes, visto a entidade ser fechada pelos golpistas de 1964, sido obrigado a refugiar-se no exterior e mesmo assim, como governador de São Paulo, autorizar o ingresso na Cidade Universitária dos mais truculentos contingentes fardados.

Desde a ditadura militar não se fazia algo assim. A última  invasão bárbara  havia sido a da PUC-SP por parte dos brucutus do secretário da Segurança Pública Erasmo Dias, em 1977. Três décadas depois Serra reintroduziu esta prática vergonhosa, abrindo caminho para a ocupação definitiva da USP pela PM sob o governo de Alckmin.

Para mim, a conversão do Serra num obtuso autoritário, traindo seu passado, é muito pior do que o uso e abuso da máquina oficial para promover sua candidatura, motivo da denúncia que a Folha de S. Paulo acaba de publicar. Esta aqui:
Com Serra, a PM voltou à USP...
"Uma diretoria da Secretaria Estadual de Educação usou uma circular oficial e a página da instituição na internet para convocar dirigentes de escolas públicas da capital paulista a participar de reunião de apoio à campanha de José Serra (PSDB).
O chamado à reunião foi publicado em um comunicado oficial da Diretoria Regional de Ensino Norte-1, que comanda as escolas estaduais de nove bairros da zona norte. Quem assina a circular e o convite é Lúcia Regina Mendes Espagolla, que comanda a diretoria.

A Secretaria de Educação faz parte da administração do governador Geraldo Alckmin (PSDB), aliado e cabo eleitoral de Serra.
No documento, editado pela diretoria semanalmente, o convite à reunião de campanha está entre avisos para comparecimento a cursos de qualificação profissional e requisição de merenda.
...o que não fazia desde a  invasão bárbara  da PUC.
'A Dirigente Regional de Ensino convida os diretores e vice-diretores para evento com a presença do prof. Alexandre Schneider na Casa Ilha da Madeira, Rua Casa Ilha da Madeira, nº 214, 11/08/2012 às 10h', diz o texto. Schneider é o vice da chapa de Serra e ex-secretário municipal de Educação.

Segundo diretores e vice-diretores ouvidos pela reportagem, depois de disparar a circular, Espagolla telefonou para os subordinados ameaçando os que não comparecessem à reunião da campanha com a perda do cargo.

Pelo telefone, a dirigente teria dito que haveria uma lista de presença a ser assinada no local do encontro -um centro cultural na zona norte. Segundo eles, o aviso teria sido direcionados a professores que ocupam interinamente a direção nas escolas e, portanto, não têm estabilidade no cargo".
Quanto à coação de educadores, ameaçando-os com a perda de cargo se não comparecerem a um ato político, um governador de verdade apuraria a denúncia e, se comprovada, demitiria sumariamente a tal  Espagolla.

É óbvio que Alckmin não agirá assim. Afinal, depois da barbárie no Pinheirinho, quem ainda o vê como um governador de verdade?  Só os desinformados, os especuladores imobiliários e as  viúvas da ditadura...

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

AJUDE A ABORTAR A NOVA TRAMÓIA ITALIANA CONTRA BATTISTI

O companheiro Carlos Lungarzo, professor da Unicamp e defensor histórico dos direitos humanos, lançou um alerta máximo com relação a uma tramóia italiana visando, agora, forçar a deportação para qualquer país do escritor Cesare Battisti --já que a extradição para a Itália  se tornou impossível a partir das decisões, negando-a em definitivo, do Supremo Tribuna Federal e do ex-presidente Lula.

Eis o alerta do Lungarzo, para o qual peço muita atenção (e divulgação, pois é a melhor maneira de abortarmos mais este vil ardil):


Na semana retrasada [vide aqui] o juiz Federal da 20ª vara do DF, Alexandre Vidigal, pediu uma investigação policial para identificar o domicílio de Battisti.

Ao mesmo tempo, na Itália, mais de 5.000 blogues, jornais e revistas eletrônicos difundiram notícias alarmistas do tipo:
  • “Battisti desaparecido”
  • “Battisti voltou a fugir”
  • “Justiça brasileira procura Battisti”
No último final de semana, o problema foi resolvido pelo senador Suplicy e o advogado Greenhalgh, que se entrevistaram com o juiz Vidigal e provaram que Battisti tem domicílio legal, declarado, conhecido, público.

Até aqui a questão parecia resolvida.

Entretanto:
  • Por que o juiz queria saber o domicílio de Battisti, sendo que está há vários meses no Rio de Janeiro?
Lembremos que, no ano passado, o procurador federal Hélio Heringer (aquele que ganhou uma pequena e triste celebridade como perseguidor da família do presidente Lula) INVESTIU CONTRA BATTISTI.

Ele disse que o visto dado a Cesare era ilegal, e que ele deveria ser deportado ao México, à França ou a qualquer outro país que o aceitasse. ESTA DENÚNCIA FOI FEITA NA MESMA VARA: 20ª DO DF!!!

Vale notar: até o juiz Walter Maierovitch, inimigo figadal de Battisti, escreveu na CartaCapital que isto era inviável e não passava de uma tentativa de extradição disfarçada.

Estamos, portanto, diante da arquitetura de uma tramoia. No Brasil, todos aqueles cujas extradições não foram aceitas pelo Estado brasileiro (e queriam ficar no País), receberam O MESMO VISTO DE PERMANÊNCIA DE BATTISTI.

Por que com ele seria diferente?

Por favor, amigos, observem todas estas coincidências:
  • Pretende-se, com argumentos que não existem na lei 6815 (pois Battisti foi, mas já não é extraditando)  deportar  Cesare para algum país, dando-se como exemplo a França, onde já foi assinada sua extradição em 2005 e onde houve um plano para sequestrá-lo;
  • Tempos depois, o juiz da vara onde foi feita a denúncia, procura Battisti como se desconhecesse seu endereço.
  • No mesmo dia, jornais italianos anunciam sua  fuga.
E tem mais.

Sabemos, de fontes seguras, que a embaixada italiana está tentando criar situação que lhe permita atribuir a Battisti algum delito; um agente contratado pela Itália vem fazendo diversas provocações há alguns meses, na (por enquanto vã) tentativa de desestabilizar psicologicamente o escritor.

Seu esforço está mais intenso agora, talvez por causa do julgamento da denúncia do procurador. Podemos, portanto, esperar que essas provocações se acentuem, como implantar  coisas  no local onde mora, ou simular atitudes descontroladas dele.

Peço a todos os grupos de solidariedade com Cesare que se mantenham alertas.