Fui ativista estudantil (1967/68). Militante clandestino (1969/70). Preso político (1970/71). Tenho travado o bom combate, lutando por um Brasil mais justo, defendendo os direitos humanos, combatendo o autoritarismo.

Sou jornalista desde 1972. Crítico de música e de cinema. Cronista. Poeta. Escritor. Blogueiro.

Tentei e não consegui eleger-me vereador em São Paulo. Mas, orgulho-me de ter feito uma campanha fiel aos objetivos nortearam toda a minha vida adulta: a construção de uma sociedade igualitária e livre, tendo como prioridades máximas o bem comum e a felicidade dos seres humanos.

Em que a exploração do homem pelo homem seja substituída pela cooperação solidária do homem com os outros homens. Em que sejam finalmente concretizados os ideais mais generosos e nobres que a humanidade vem acalentando através dos tempos: justiça social e liberdade.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

OBRIGADO AOS SOLIDÁRIOS E ATÉ BREVE!

Terra em Transe: "As coisas que vi naquela campanha...
uma tragédia muito maior do que as nossas próprias forças!"

Estamos salvos do espectro que assombrou a campanha paulistana: o de que Edir Macedo, o  apóstolo  Estevam e a  bispa  Sônia se apossassem da chave do cofre da Prefeitura paulistana e, colocando seu zumbis nas ruas, gerassem um populismo de direita que, a julgar-se pelos antecedentes (perseguição a gays, umbandistas, defensores do aborto, etc.), certamente teria características nazistóides.

Depois do  fogo de palha  constatado neste domingo --o equivalente político da expulsão dos vendilhões do templo--, a bancada evangélica no Congresso deverá continuar sendo apenas o que é atualmente, já suficientemente ruim: fisiológica e com viés direitista. Se, além disto, passasse a ser uma força autônoma, tudo pioraria.

O 2º turno se disputará entre José Serra, que tocaria adiante a escalada autoritária dos últimos anos, em parceria com Geraldo  blietzkrieg do Pinheirinho  Alckmin; e Fernando Haddad, uma incógnita (por enquanto, o único motivo que oferece aos eleitores para votarem nele é ser filhote do Lula e da Dilma, algo meio vexatório em se tratando de um marmanjo que se tornará cinquentão em janeiro...).

A forma pífia como o PT combateu o espantalho Russomanno --evitando caracterizá-lo como cavalo de Tróia dos exploradores da fé porque o PRB integra a base aliada-- não constitui bom augúrio. Ideologicamente, o partido criado em 1979 por sindicalistas do ABC, esquerdistas que lutaram contra a ditadura e adeptos da Teologia da Libertação é, na atualidade, firme como geléia.

Enfim, eu ainda o apoiarei no 2º turno caso se posicione incisivamente contra os balões de ensaio totalitários que têm marcado a atuação hegêmonica dos tucanos e seus aliados na cidade e no estado de São Paulo, começando por assumir o compromisso de demitir imediatamente os 30 oficiais da reserva da PM a quem Gilberto Kassab entregou todas as subprefeituras, menos uma.

Como dificilmente Haddad descerá do muro, tudo levando a crer que seguirá fazendo uma mera  campanha de consumo, é bem provável que o movimento pelo voto nulo cresça, pois o desalento com os principais partidos aumenta cada vez mais.

Em 2010 foi a última vez que favoreci uma  campanha de consumo  no 2º turno, e isto porque o adversário estava sendo apoiado pelas viúvas da ditadura e o que havia de pior na direita golpista. Mas, votando no menos pior, nunca chegaremos ao melhor.

Então, em todo e qualquer pleito no qual não houver uma  candidatura ideológica  merecedora do apoio da esquerda, acredito que o voto nulo seja hoje a opção mais coerente para nós.

O PSOL E EU

Terra em Transe: "Não conseguiu firmar o nobre pacto entre o
cosmo sangrento e a alma pura... tanta violência, mas tanta ternura".
A candidatura de Carlos Giannazi não foi tão longe quanto a de Marcelo Freixo, com a qual tinha muitas semelhanças e afinidades, por vários motivos. Os principais:
  • São Paulo é uma cidade bem mais conservadora e direitista do que o Rio de Janeiro, tendo inclusive um segmento eleitoral nitidamente fascista, que acaba de eleger três vereadores identificados com as execuções sumárias de bandidos pelos policiais;
  • na reta final Giannazi encontrou a postura correta (mais agressiva) para os debates eleitorais, mas o cancelamento dos dois últimos, os da Record e da Globo, impediu que se beneficiasse disto;
  • e, claro, sua extrema inferioridade em fundos de campanha, estrutura partidária e em tempo disponível no horário gratuíto.
A conquista de uma cadeira na Câmara Municipal foi uma pequena vitória do PSOL, mas continuarei sempre achando autofágica a disputa entre as tendências partidárias, que levou as principais delas a travarem uma guerra particular pela vitória do  seu  representante, com a vitória da encabeçada pelo presidente nacional do partido, Ivan Valente (à qual pertence o eleito professor de matemática Toninho Vespoli).

Quanto a mim, lamento não ter obtido um resultado à altura dos comoventes esforços dos poucos que me ajudaram muito, como o incansável poeta Marcelo Roque, o genial artista gráfico Eliseu de Castro Leão, as abnegadas Auriluz Pires Siqueira e Sônia Amorim, os injustiçados uspianos Gloria Kleinz e Osmir Nunes.

Os 6 mil folhetos impressos graças a uma doação que o grande escritor e revolucionário Chico de Assis enviou lá do Nordeste não se transformaram em votos; infelizmente, não encontrei  a trilha do labirinto.

Fico reconhecido também ao Carlos Lungarzo por, indiferente a eventuais danos à sua imagem no circuito dos DH, ter apoiado minha candidatura.

Há os que seguem seus princípios e são solidários. Há os que priorizam conveniências, são indiferentes ou preguiçosos. Lutas desiguais como as que eu costumo travar trazem sempre à tona o melhor e o pior das pessoas.

Evidentemente, não me candidatarei a deputado em 2014, nem a vereador em 2016. Esta etapa só fazia algum sentido se tivesse conseguido me eleger desta vez, aos 62 anos.

Como é uma hipótese remotíssima eu vir a receber o apoio de algum partido de esquerda para me candidatar ao Executivo ou a senador, eu diria que há 99,9% de chances de haver sido minha primeira e última tentativa eleitoral.

O meu desgaste físico e emocional foi enorme. Mas, inexiste repouso para guerreiros. Como esta empreitada não frutificou, decidi lançar o quanto antes a parte final do Náufrago da Utopia.

Até o Ano Novo, eu a estarei escrevendo. Nesse meio tempo, só me manifestarei nos meus blogues ou nas redes sociais se e quando houver assunto de real importância em que minha contribuição possa fazer alguma diferença.

E avaliarei cuidadosamente o que fazer em 2013. O certo é que uma fase terminou e ainda não tenho clareza quanto a novos rumos. 

Minha única certeza é a de que continuarei até o fim da vida lutando contra o capitalismo.

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