Fui ativista estudantil (1967/68). Militante clandestino (1969/70). Preso político (1970/71). Tenho travado o bom combate, lutando por um Brasil mais justo, defendendo os direitos humanos, combatendo o autoritarismo.

Sou jornalista desde 1972. Crítico de música e de cinema. Cronista. Poeta. Escritor. Blogueiro.

Tentei e não consegui eleger-me vereador em São Paulo. Mas, orgulho-me de ter feito uma campanha fiel aos objetivos nortearam toda a minha vida adulta: a construção de uma sociedade igualitária e livre, tendo como prioridades máximas o bem comum e a felicidade dos seres humanos.

Em que a exploração do homem pelo homem seja substituída pela cooperação solidária do homem com os outros homens. Em que sejam finalmente concretizados os ideais mais generosos e nobres que a humanidade vem acalentando através dos tempos: justiça social e liberdade.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

UMA BATALHA DE OPINIÃO DESASTROSA PARA O NOSSO LADO


Logo após a prisão dos condenados petistas no processo do mensalão, houve forte contestação aos artigos em que eu discordara da forma como sua rede de apoiadores vinha travando a batalha de opinião. 

Existem companheiros que não suportam a existência de vozes independentes no campo da esquerda; querem submissão total à linha justa, mesmo quando equivocada e desastrosa.

Comigo não, violão! Lembrando aquele verso de "La bamba", Yo no soy marinero [de primeira viagem], soy capitán. E, quando tenho certeza de estar certo, pressões e intimidações não me fazem recuar um milímetro.

Hoje  estão mais do que evidenciados os seguintes erros crassos:
  • a tentativa de nocautear o Joaquim Barbosa em função de sua conduta no feriadão, sem levar em conta que, percebendo ter extrapolado, ele poderia passar a proceder com mais tato e, assim, sair das cordas, pois ainda não estava verdadeiramente grogue (melhor teria sido esperar um pouco e só bater pesado quando ele já houvesse avançado demais para poder recuar);
  • a falta de sensibilidade no tocante aos privilégios ostentados pelos detidos e seus visitantes, desconsiderando o fato de que a parentela dos outros presos é submetida a rigores e humilhações terríveis;
  • a ênfase exagerada nos problemas de saúde do Genoíno, sem existir uma certeza de que as duas juntas médicas atestariam a gravidade do quadro; e
  • o açodamento com que foi pleiteado o direito do Dirceu trabalhar fora, sem uma análise mais cuidadosa do ofertante do emprego, o que propiciou à Rede Globo um contra-ataque devastador.
O que faltou? Acima de tudo, humildade e serenidade. As atitudes e reações contraproducentes tiveram tudo a ver com a forte emoção causada pelas prisões.

Mas, no nosso caso, isto não serve como atenuante. Tínhamos a obrigação de estar cientes de que, confrontando forças tão poderosas quanto inescrupulosas, jamais poderíamos incorrer em irritação escancarada, impulsividade canhestra, desagravos intempestivos e emocionalismo exaltado; eles pavimentam o caminho da derrota nas batalhas de opinião. 

Nos momentos desfavoráveis deve-se aparecer o mínimo, pois cada pronunciamento e gesto só faz aumentar o volume do noticiário adverso. Um porta-voz deveria ter lido um comunicado sucinto, reiterando posições, e mais nada. 

Se houvessem consultado um administrador de crises profissional (o que eu já fui), ouviriam o conselho de portarem-se com a máxima discrição, fingindo-se de mortos até passar a onda contrária e tratando de preparar cuidadosamente o contragolpe. 

Em vez disto, bateram de frente, desorganizadamente, com a blitzkrieg do PIG e foram por ela esmagados. 

Algum dia esses companheiros aprenderão que, por não dispormos do maior poder de fogo, a nossa única chance é sermos mais inteligentes e hábeis do que o inimigo. Nem de longe o fomos, desta vez.

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