Fui ativista estudantil (1967/68). Militante clandestino (1969/70). Preso político (1970/71). Tenho travado o bom combate, lutando por um Brasil mais justo, defendendo os direitos humanos, combatendo o autoritarismo.

Sou jornalista desde 1972. Crítico de música e de cinema. Cronista. Poeta. Escritor. Blogueiro.

Tentei e não consegui eleger-me vereador em São Paulo. Mas, orgulho-me de ter feito uma campanha fiel aos objetivos nortearam toda a minha vida adulta: a construção de uma sociedade igualitária e livre, tendo como prioridades máximas o bem comum e a felicidade dos seres humanos.

Em que a exploração do homem pelo homem seja substituída pela cooperação solidária do homem com os outros homens. Em que sejam finalmente concretizados os ideais mais generosos e nobres que a humanidade vem acalentando através dos tempos: justiça social e liberdade.

domingo, 9 de setembro de 2012

UNIVERSAL USA TEMPLO COMO COMITÊ. LEI ELEITORAL PROÍBE

A Folha de S. Paulo tem abordado em suas reportagens a contaminação da campanha política paulistana pela poderosa rede de exploração da fé que atua em São Paulo (e no Brasil inteiro) por culpa das autoridades omissas.

Motivos legais há de sobra para enquadrar-se toda essa gente no crime de estelionato; muitos, também no de curandeirismo; afora delitos complementares como a lavagem de dinheiro, que está para este novo tipo de gangsterismo como a sonegação de impostos estava para Al Capone.

E, se a lei relativa a lavagem cerebral fosse atualizada para abarcar a evolução do conhecimento científico nas últimas décadas, sem dúvida se aplicaria também aos manipuladores que depenam coitadezas tornados incapazes de se defenderem por si próprios, até lhes arrancarem o último centavo.

É óbvio que deve existir algum interesse menos nobre por trás da diligência atual da Folha. Sempre há. 

O que importa é se as reportagens estão ou não sendo conduzidas com correção jornalística (e tudo indica que estejam), ao exporem tais procedimentos ilícitos, que desvirtuam a campanha e têm de ser rigorosamente apurados pelo TRE.

A reportagem da Folha deste domingo caracteriza o uso ilegal e espúrio, para atividades políticas, de imóveis que alegadamente abrigam templos religiosos e, como tais, são inclusive beneficiados por isenção fiscal.

Com isto é infringida, p. ex., a Lei nº 9.504, de 30/09/1997, cujo artigo 24 estabelece:
É vedado, a partido e candidato, receber direta ou indiretamente doação em dinheiro ou estimável em dinheiro, inclusive por meio de publicidade de qualquer espécie, procedente de:
VIII - entidades beneficentes e religiosas
Tal restrição foi mantida na Lei nº 11.300, de 10/05/2006.

O templo e a kombi: ilegalidade flagrada.
Como a aquisição ou aluguel de imóvel para funcionamento de um comitê eleitoral é "estimável em dinheiro", a burla da lei eleitoral é evidente. Leiam e constatem:
"O principal templo da Igreja Universal do Reino de Deus em São Paulo vem sendo usado pela campanha do candidato do PRB à prefeitura, Celso Russomanno, como um tipo de comitê informal.

O estacionamento do templo da av. João Dias, em Santo Amaro (zona sul), é ponto de encontro de equipes que saem diariamente para fazer campanha nas ruas. À tarde, retornam ao local para devolver materiais de campanha como bandeiras e adesivos.

O partido de Russomanno é comandado por pastores e bispos da Universal, e alguns deles ocupam os principais cargos da coordenação de sua campanha...

A Folha acompanhou quando cerca de 50 cabos eleitorais chegaram ao local, anteontem, por volta de 17h30. Bandeiras em mãos, eles entraram pela lateral do prédio, que dá acesso ao estacionamento, frequentado por fiéis que vão aos cultos.

Os trabalhadores, todos jovens, se dirigiram a uma mesa caraterizada como sendo da Força Jovem Brasil, grupo da juventude da Universal.

Eles formaram filas para deixar ali as bandeiras, que foram colocadas em duas peruas 'adesivadas' com propaganda de Russomanno e do pastor Jean Madeira, líder da Força Jovem, que concorre à Câmara pelo PRB.

Os veículos estavam estacionados dentro do templo.
No interior do prédio, a reportagem foi convidada para trabalhar na campanha de Russomanno por um jovem. Ele ofereceu R$ 150 por semana para uma jornada diária de sete horas. Disse que o pagamento é feito no local.
O cabo eleitoral afirmou ainda que, caso a oferta fosse aceita, ele poderia ser encontrado no próprio estacionamento da igreja após o culto, do qual iria participar.

Questionados se trabalhavam para a campanha do candidato a prefeito ou do pastor Madeira, os cabos eleitorais disseram que eram funcionários de Russomanno.
Eles portavam alguns materiais de propaganda exclusivos do candidato, como adesivos com a inscrição 'sou padrinho' de Russomanno.

Os jovens disseram que atuam no largo 13 de Maio. No momento em que a reportagem esteve no templo, eles participavam de uma reunião em que se discutia a escala de trabalho nas ruas..."

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