Fui ativista estudantil (1967/68). Militante clandestino (1969/70). Preso político (1970/71). Tenho travado o bom combate, lutando por um Brasil mais justo, defendendo os direitos humanos, combatendo o autoritarismo.

Sou jornalista desde 1972. Crítico de música e de cinema. Cronista. Poeta. Escritor. Blogueiro.

Tentei e não consegui eleger-me vereador em São Paulo. Mas, orgulho-me de ter feito uma campanha fiel aos objetivos nortearam toda a minha vida adulta: a construção de uma sociedade igualitária e livre, tendo como prioridades máximas o bem comum e a felicidade dos seres humanos.

Em que a exploração do homem pelo homem seja substituída pela cooperação solidária do homem com os outros homens. Em que sejam finalmente concretizados os ideais mais generosos e nobres que a humanidade vem acalentando através dos tempos: justiça social e liberdade.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

COMPANHEIROS E AMIGOS: AJUDEM-ME NESTA NOVA FRENTE DE ATUAÇÃO!

Neste sábado (16), o Partido Socialismo e Liberdade vai realizar a convenção em que será homologada a candidatura do professor Carlos Giannazi a prefeito de São Paulo e a chapa de candidatos a vereadores, da qual faço parte. 

Como todas as decisões foram tomadas nas prévias, o que terá lugar no auditório Franco Montoro da Assembléia Legislativa, a partir das 14 horas, vai ser uma reunião festiva, para a qual todos estão convidados. 

Quem me conhece, decerto perguntará: por que me lanço na política oficial, nesta altura da vida? Afinal, estarei completando 62 anos na véspera do 1º turno e, ao contrário das mulheres ansiosas por casar e do José Serra ao tornar-se septuagenário, não escondo idade...

Um motivo é a afinidade com as propostas do PSOL e do Giannazi, a quem conheço desde que em 2006 o procurei, como o deputado estadual mais influente na área da educação,  para tentar viabilizar um antigo sonho: o de conseguir que uma escola de SP recebesse o nome do meu amigo de infância, colega de escola e companheiro de militância Eremias Delizoicov, assassinado pela ditadura militar em 1969, aos 18 anos. 

Seu corpo ficou tão desfigurado pelas dezenas de disparos que os executores, no primeiro momento, anunciaram a morte do ex-sargento José Araújo Nóbrega.

A equipe do Giannazi bem que tentou, mas a comunidade aceitar algo assim ainda é difícil no Brasilde hoje. Daí, p. ex., ele  não ter conseguido que fossem aprovadas na Assembléia suas propostas  de dar a vias públicas os nomes de Carlos Lamarca e Carlos Marighella; e, para que uma escola fosse batizada com o de Cazuza, usou o artifício de apresentar como homenageado Agenor de Miranda Araújo Neto, driblando a vigilância dos deputados hostis, que só o conheciam pelo nome artístico.

Nos anos seguintes, várias vezes nos encontramos nas mesmas trincheiras, o Giannazi e eu. Fez com que um artigo meu fosse incluído nas atas da Assembléia, interpelou o governador Geraldo Alckmin a respeito dos elogios à ditadura na página virtual da Rota (bandeira por mim levantada) e, inspirado noutro dos meus textos, conseguiu que fosse instituído em SP o Dia Estadual de Memória dos Mortos e Desaparecidos Políticos.

Tanto quanto eu, o Giannazi é adepto e partícipe das novas formas de luta que cada vez mais se avolumam na era da  internet, alimentando a esperança de que voltemos a ver o capitalismo contestado em escala internacional, com as ondas revolucionárias novamente varrendo o mundo.

Por tudo isto, considerei com muito carinho o convite do PSOL para disputar a vereança.

O MACARTISMO QUE NÃO OUSA DIZER SEU NOME

Pesou também o ostracismo a que a indústria cultural tenta me relegar, não só fechando suas tribunas para mim enquanto jornalista profissional, como  escondendo  minha condição de personagem histórico, sonegando-me o direito de resposta e de apresentar o outro lado  em relação a assuntos que me dizem diretamente respeito, omitindo minha participação em lutas importantes, etc. O macartismo, com sua caça às bruxas e suas listas negras, não acabou com McCarthy e Nixon;existe até hoje no Brasil, de forma mais discreta. 

A visibilidade que hoje tenho na internet é suficiente em algumas lutas que travo, noutras não. Para dar a contribuição que almejo, no sentido de forjarmos uma esquerda anticapitalista capaz de se tornar uma alternativa de poder no Brasil, preciso ampliar --e muito-- o alcance da minha atuação. Tentarei, portanto, fazer o sistema me engolir.

Vi, ainda, a oportunidade de resgatar velhos e bons valores, como a noção de campo da esquerda. Por força da legislação eleitoral, pertenço a um partido; por coerência com meus ideais, vou defender sempre as bandeiras e posturas anticapitalistas, ao lado de todos os que as defendem e tudo fazendo para estimular a união de forças em torno do objetivo maior de transformarmos a sociedade.
Diferentemente de  botequineiros disputando a freguesia do bairro, o que nos importa, como revolucionários, não são os nichos e nacos de poder na sociedade atual, mas sim o uso que, juntos, possamos dar a eles para impulsionarmos as grandes mudanças que são a nossa própria razão de existência política. 

Quanto a ser exemplo de honestidade e competência, como alternativa à putrefação  exposta diariamente no noticiário, isto não é mérito para um homem de esquerda, mas tão somente,  obrigação

Por último: não tenho recursos financeiros, comitê, apoiadores organizados, experiência em campanhas, nada. Tudo está por ser feito  --ou não. Este projeto dependerá inteiramente da adesão e do voluntariado dos companheiros. Espero que ele represente algo para vocês, como significa para mim.

O certo é que, do jeito que der e com quantos contar, vou lutar até o fim, como sempre.
 Obs.: texto divulgado no dia 15/06/2012

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