Jânio Quadros e sua vassoura para varrer os corruptos... |
Alguns deles foram longe, como Jânio Quadros, o professor que, para compor uma imagem mais popular,
comparecia aos comícios com paletós escuros, salpicados de talco.
Acreditava que os eleitores se identificariam mais com ele caso
acreditassem que tinha caspas(!).
Paletó
por paletó, eu prefiro o marketing do argentino Perón, que arrancava o
dito cujo no ponto culminante dos discursos,
para atrair a simpatia dos pobres. É que os ricos e os homens de classe
média, usuários de paletós, referiam-se pejorativamente aos
trabalhadores e lúmpens como descamisados. Perón usou tal limão para fazer uma limonada.
Voltando
aos demagogos de cá, o radialista Pedro Geraldo Costa fez campanha para
prefeito de São Paulo em 1965 explorando o mote Pedro da pedra, literalmente: levava consigo um paralelepípedo enorme, ao apresentar-se na TV...
Afinal, seu nome era Enéas... |
Depois de se promover suficientemente em três eleições presidenciais consecutivas e numa para prefeito, elegeu-se deputado federal em 2002 com 1,57 milhão de votos, levando a reboque cinco outras nulidades para a Câmara.
Os
amadores que fazem palhaçadas eleitoreiras puderam em 2010 admirar a
perícia de um profissional do ofício: Tiririca, o segundo deputado
federal mais votado da história do Brasil, atrás apenas... do Enéas.
Na
mesma eleição, o vice do José Serra era dado não só às pregações
ultradireitistas como também à apresentação de projetos asnáticos. Seu
currículo incluía, p. ex.:
- discurso na Câmara Federal pedindo a proibição de coxinhas e pirulitos em cantinas escolares;
- proposição na Câmara Municipal carioca de projeto de lei no sentido de que fossem multados os cidadãos que dessem esmola a pedintes; e
- tentativa de proibir o comércio ambulante nas ruas do Rio, o que eliminaria da paisagem carioca os tradicionais vendedores de mate e biscoito de polvilho.
...ou Prof. Bactério (personagem das HQ's espanholas Mortadelo & Salaminho)? |
Eis o que a Folha de S. Paulo informa sobre ele na edição desta 5ª feira, 26:
"Uma de suas propostas garantiria a todos os congressistas portar arma para autoproteção quando estivessem sozinhos e 'desprotegidos'.A justificativa é que, em algumas situações, como em CPIs, alguns parlamentares se colocam em confronto 'com bandidos da mais alta periculosidade'.Em 2010, a Associação Nacional da Indústria de Armas e Munições doou R$ 100 mil a sua campanha ao governo paulista, de R$ 1,7 milhão arrecadado. Ele negou lobby em favor do setor e disse achar que a doação se deve ao fato de ser um 'especialista em segurança'.O candidato também apresentou projeto que aumenta em um terço a pena de quem caluniar, injuriar ou difamar congressistas, vice-presidente e ministros do Supremo Tribunal Federal.Segundo o ex-deputado, o aumento da pena fará com que 'as pessoas pensem duas vezes antes de praticar inverdades a respeito' de quem exerce cargo público.
Agora quem aperta o botão é o Edir Macedo |
Russomanno também tentou alterar a legislação para garantir a distribuição de hormônios a presos por crimes sexuais, condenados ou não, que inibam o desejo sexual.
O ex-deputado sugeriu ainda a troca da denominação estupro para 'assalto sexual', o que constrangeria menos a vítima no momento de relatar o crime à polícia.
Nenhum desses projetos foi aprovado".
Como diria Joseph Conrad: "O horror, o horror!". Estamos realmente no coração das trevas...
Parem o mundo que eu quero descer.
Parem o mundo que eu quero descer.
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