Fui ativista estudantil (1967/68). Militante clandestino (1969/70). Preso político (1970/71). Tenho travado o bom combate, lutando por um Brasil mais justo, defendendo os direitos humanos, combatendo o autoritarismo.

Sou jornalista desde 1972. Crítico de música e de cinema. Cronista. Poeta. Escritor. Blogueiro.

Tentei e não consegui eleger-me vereador em São Paulo. Mas, orgulho-me de ter feito uma campanha fiel aos objetivos nortearam toda a minha vida adulta: a construção de uma sociedade igualitária e livre, tendo como prioridades máximas o bem comum e a felicidade dos seres humanos.

Em que a exploração do homem pelo homem seja substituída pela cooperação solidária do homem com os outros homens. Em que sejam finalmente concretizados os ideais mais generosos e nobres que a humanidade vem acalentando através dos tempos: justiça social e liberdade.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

O HORROR, O HORROR! (SÃO OS DISPARATES PROPOSTOS PELO RUSSOMANNO)

Jânio Quadros e sua vassoura  para varrer os corruptos...
Candidatos folclóricos sempre existiram aos montes no Brasil.

Alguns deles foram longe, como Jânio Quadros, o professor que, para compor uma imagem mais  popular, comparecia aos comícios com paletós escuros, salpicados de talco. Acreditava que os eleitores se identificariam mais com ele caso acreditassem que tinha caspas(!).

Paletó por paletó, eu prefiro o marketing do argentino Perón, que arrancava o dito cujo no ponto culminante dos discursos, para atrair a simpatia dos pobres. É que os ricos e os homens de classe média, usuários de paletós, referiam-se pejorativamente aos trabalhadores e lúmpens como  descamisados. Perón usou tal limão para fazer uma limonada.

Voltando aos demagogos de cá, o radialista Pedro Geraldo Costa fez campanha para prefeito de São Paulo em 1965 explorando o mote  Pedro da pedra, literalmente: levava consigo um paralelepípedo enorme, ao apresentar-se na TV...

Afinal, seu nome era Enéas...
Já o médico cardiologista Enéas Carneiro chamou a atenção com sua fala atropelada para aproveitar o pouquíssimo tempo de que dispunha no horário eleitoral, culminando sempre no bordão  meu nome é Enéas!  

Depois de se promover suficientemente em três eleições presidenciais consecutivas e numa para prefeito, elegeu-se deputado federal em 2002 com 1,57 milhão de votos, levando a reboque cinco outras nulidades para a Câmara.

Os amadores que fazem palhaçadas eleitoreiras puderam em 2010 admirar a perícia de um profissional do ofício: Tiririca, o segundo deputado federal mais votado da história do Brasil, atrás apenas... do Enéas.

Na mesma eleição, o vice do José Serra era dado não só às pregações ultradireitistas como também à apresentação de projetos asnáticos. Seu currículo incluía, p. ex.:
  • discurso na Câmara Federal pedindo a proibição de coxinhas e pirulitos em cantinas escolares;
  • proposição na Câmara Municipal carioca de projeto de lei no sentido de que fossem multados os cidadãos que dessem esmola a pedintes; e
  • tentativa de proibir o comércio ambulante nas ruas do Rio, o que eliminaria da paisagem carioca os tradicionais vendedores de mate e biscoito de polvilho.
...ou Prof. Bactério (personagem das HQ's
espanholas Mortadelo & Salaminho)?

O mais novo exemplar dessa fauna é o candidato a prefeito pelo PRB, Celso Russomanno, que já foi apadrinhado pelo Paulo Maluf e hoje tem como  godfather  o Edir Macedo, da Igreja Universal.

Eis o que a Folha de S. Paulo informa sobre ele na edição desta 5ª feira, 26:
"Uma de suas propostas garantiria a todos os congressistas portar arma para autoproteção quando estivessem sozinhos e 'desprotegidos'.

A justificativa é que, em algumas situações, como em CPIs, alguns parlamentares se colocam em confronto 'com bandidos da mais alta periculosidade'.

Em 2010, a Associação Nacional da Indústria de Armas e Munições doou R$ 100 mil a sua campanha ao governo paulista, de R$ 1,7 milhão arrecadado. Ele negou lobby em favor do setor e disse achar que a doação se deve ao fato de ser um 'especialista em segurança'. 

O candidato também apresentou projeto que aumenta em um terço a pena de quem caluniar, injuriar ou difamar congressistas, vice-presidente e ministros do Supremo Tribunal Federal.

Segundo o ex-deputado, o aumento da pena fará com que 'as pessoas pensem duas vezes antes de praticar inverdades a respeito' de quem exerce cargo público.
Agora quem aperta o botão é o Edir Macedo
Russomanno também tentou alterar a legislação para garantir a distribuição de hormônios a presos por crimes sexuais, condenados ou não, que inibam o desejo sexual.
O ex-deputado sugeriu ainda a troca da denominação estupro para 'assalto sexual', o que constrangeria menos a vítima no momento de relatar o crime à polícia.
Nenhum desses projetos foi aprovado"
Como diria Joseph Conrad: "O horror, o horror!". Estamos realmente no  coração das trevas...

Parem o mundo que eu quero descer.

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