Um
leitor me mandou e-mail sugerindo que apresentasse metas de campanha e
planos para a cidade, ao invés de expor o ridículo de candidatos como
Celso Russomanno.
É como a indústria cultural quer que sejam tratadas as eleições municipais: sem confronto ideológico.
É como a indústria cultura conseguiu tornar chatíssimos os debates televisivos, transformando-os em mera formalidade que não altera o resultado da eleição, quase sempre ditado pelo poder econômico.
Enquanto isto, os jornalões multiplicam as denúncias, exumando maracutaias antigas que há muito deveriam ter sido escancaradas. Só o são quando isto convém aos barões da mídia e aos interesses que eles representam.
Caso da trajetória política de Celso Russomanno, um mar de impropriedades, prováveis ilicitudes, demagogia grosseira e projetos estapafúrdios.
Por que não se trouxe tudo isso à baila antes de ele assumir a liderança das pesquisas de intenção de voto para a Prefeitura de São Paulo? Eram pecadilhos para um deputado e são pecados mortais para um prefeito?
Como se trata de um dos piores candidatos paulistanos e de uma grave ameaça à democracia (pois poderá garantir para os devotos do cordeiro de ouro a conquista de um bastião político de primeira grandeza, contribuindo para alastrar ainda mais o fisiologismo na política), vou reproduzir trechos da notícia deste sábado da Folha de S. Paulo.
Mas, insistindo em que a informação deve ser sempre disponibilizada para os leitores, ao invés de arquivada para uso (ou não) em momentos estratégicos. É bem mais fácil esmagarmos os ovos de serpente do que combatermos os ofídios já crescidos.
"O candidato do PRB à Prefeitura de São Paulo, Celso Russomanno, que deu impulso a sua carreira política trabalhando pela defesa dos consumidores, procurou o governo federal em 2004 para defender interesses de uma empresa que deu calote em 110 mil pessoas e quebrou pouco tempo depois.
A empresa chama-se Valor Capitalização e era controlada pelo Banco Santos, que foi à lona em 2004. A empresa e o banco estão em processo de liquidação judicial.
Russomanno, que na época era deputado federal, levou à Advocacia-Geral da União uma proposta da Valor para que os bingos, fechados em fevereiro de 2004, fossem autorizados a vender títulos de capitalização.
Segundo ele, seria uma maneira de ocupar os imóveis que ficaram ociosos com o fim dos bingos e dar emprego aos seus ex-funcionários. Para a Valor, seria uma maneira de ampliar suas vendas e salvar o negócio.
A situação da Valor quando Russomanno tentou ajudá-la era nebulosa por conta das operações que fazia com o Banco Santos.
No balanço de 2004, os auditores dizem que 'não é possível' apurar a saúde financeira da empresa. Em dezembro daquele ano, o Banco Central interveio no Santos por conta de um rombo que chegou a R$ 2,6 bilhões.
...Russomanno pediu à Advocacia-Geral da União um 'parecer técnico' sobre a proposta da Valor. Os pareceres da AGU, quando aprovados pelo presidente da República, têm caráter normativo e valem como se fossem lei.
O pedido foi rejeitado por consultores do Ministério da Fazenda que examinaram o caso a pedido da AGU. 'A proposta (...) não se mantém do ponto de vista legal', escreveram num parecer de abril de 2007. 'Não há como substituir uma ilegalidade, uma atividade já interditada'.
Na época da proposta, a empresa era alvo de reclamações de investidores que se consideravam lesados por ela. No fim de 2004, havia 186 processos nos Procons e 1.957 processos na Justiça, segundo o balanço.
A Valor foi liquidada em janeiro de 2006. A dívida da empresa está calculada hoje em R$ 41 milhões, dos quais R$ 10 milhões com ex-funcionários...
Investigações do BC apontam que a Valor foi usada pelo Banco Santos para fraudar seus relatórios financeiros."
É como a indústria cultural quer que sejam tratadas as eleições municipais: sem confronto ideológico.
É como a indústria cultura conseguiu tornar chatíssimos os debates televisivos, transformando-os em mera formalidade que não altera o resultado da eleição, quase sempre ditado pelo poder econômico.
Enquanto isto, os jornalões multiplicam as denúncias, exumando maracutaias antigas que há muito deveriam ter sido escancaradas. Só o são quando isto convém aos barões da mídia e aos interesses que eles representam.
Caso da trajetória política de Celso Russomanno, um mar de impropriedades, prováveis ilicitudes, demagogia grosseira e projetos estapafúrdios.
Por que não se trouxe tudo isso à baila antes de ele assumir a liderança das pesquisas de intenção de voto para a Prefeitura de São Paulo? Eram pecadilhos para um deputado e são pecados mortais para um prefeito?
Como se trata de um dos piores candidatos paulistanos e de uma grave ameaça à democracia (pois poderá garantir para os devotos do cordeiro de ouro a conquista de um bastião político de primeira grandeza, contribuindo para alastrar ainda mais o fisiologismo na política), vou reproduzir trechos da notícia deste sábado da Folha de S. Paulo.
Mas, insistindo em que a informação deve ser sempre disponibilizada para os leitores, ao invés de arquivada para uso (ou não) em momentos estratégicos. É bem mais fácil esmagarmos os ovos de serpente do que combatermos os ofídios já crescidos.
"O candidato do PRB à Prefeitura de São Paulo, Celso Russomanno, que deu impulso a sua carreira política trabalhando pela defesa dos consumidores, procurou o governo federal em 2004 para defender interesses de uma empresa que deu calote em 110 mil pessoas e quebrou pouco tempo depois.
A empresa chama-se Valor Capitalização e era controlada pelo Banco Santos, que foi à lona em 2004. A empresa e o banco estão em processo de liquidação judicial.
Russomanno, que na época era deputado federal, levou à Advocacia-Geral da União uma proposta da Valor para que os bingos, fechados em fevereiro de 2004, fossem autorizados a vender títulos de capitalização.
Segundo ele, seria uma maneira de ocupar os imóveis que ficaram ociosos com o fim dos bingos e dar emprego aos seus ex-funcionários. Para a Valor, seria uma maneira de ampliar suas vendas e salvar o negócio.
A situação da Valor quando Russomanno tentou ajudá-la era nebulosa por conta das operações que fazia com o Banco Santos.
No balanço de 2004, os auditores dizem que 'não é possível' apurar a saúde financeira da empresa. Em dezembro daquele ano, o Banco Central interveio no Santos por conta de um rombo que chegou a R$ 2,6 bilhões.
...Russomanno pediu à Advocacia-Geral da União um 'parecer técnico' sobre a proposta da Valor. Os pareceres da AGU, quando aprovados pelo presidente da República, têm caráter normativo e valem como se fossem lei.
O pedido foi rejeitado por consultores do Ministério da Fazenda que examinaram o caso a pedido da AGU. 'A proposta (...) não se mantém do ponto de vista legal', escreveram num parecer de abril de 2007. 'Não há como substituir uma ilegalidade, uma atividade já interditada'.
Na época da proposta, a empresa era alvo de reclamações de investidores que se consideravam lesados por ela. No fim de 2004, havia 186 processos nos Procons e 1.957 processos na Justiça, segundo o balanço.
A Valor foi liquidada em janeiro de 2006. A dívida da empresa está calculada hoje em R$ 41 milhões, dos quais R$ 10 milhões com ex-funcionários...
Investigações do BC apontam que a Valor foi usada pelo Banco Santos para fraudar seus relatórios financeiros."
Ué, mas tanto o Maluf quanto o Edir Macedo apoiam o PT. Como explicar isso?
ResponderExcluirEXPLICAR, ninguém explica. E quem tem de tentar JUSTIFICAR são os petistas.
ResponderExcluirComo eu não gostava de ficar quebrando a cabeça para justificar o injustificável, deixei o PT quando ele começou a se desviar dos rumos traçados em 1979.
Fiquei só uns 10 anos lá. Foi o suficiente.