Ontem me deu branco: não consegui imaginar nada de realmente relevante para postar neste blogue de campanha.
Enquanto isto, o texto que coloquei no meu tradicional Náufrago da Utopia (vide aqui) foi um dos meus melhores deste ano, ao tratar o Caso WikiLeaks como ele merece: fazendo galhofa.
Simplesmente não dá para levarmos a sério um antigo império que hoje ameaça uma pequena nação com um ato de guerra por causa... da camisinha que Assange deixou de usar numa relação sexual consentida!
Simplesmente não dá para levarmos a sério um antigo império que hoje ameaça uma pequena nação com um ato de guerra por causa... da camisinha que Assange deixou de usar numa relação sexual consentida!
O velho espírito do Pasquim
faz falta nos comentários políticos de hoje. Eu tento preencher tal
lacuna, sem o brilhantismo dos meus ícones, claro, mas com aplicação.
Quem quiser lições de como escancarar o que há de ridículo por trás do noticiário, leia os vários volumes do Festival de Besteiras que Assola o País, do inesquecível Sérgio Porto. Ou O ato e o fato, do Carlos Heitor Cony. Ou as compilações dos textos seminais do Pasquim.
Precisamos
reagir à camisa de força com que o sistema tenta engessar a campanha
política: a fixação obsessiva em propostas administrativas, o que
equivale a tirar-se o foco da insanidade e decrepitude do capitalismo
como um todo.
Não são detalhes que têm de ser corrigidos. E o capitalismo que tem de ser colocado em xeque pois, enquanto existir, as pessoas continuarão sendo exploradas, excluídas e injustiçadas. É simples assim.
Não podemos cair nessa esparrela do sistema. Sabemos muito bem o que tem de ser feito, mas o que realmente nos falta é poder para o fazermos. E o sistema está aí exatamente para evitar que algum dia o tenhamos.
Não são detalhes que têm de ser corrigidos. E o capitalismo que tem de ser colocado em xeque pois, enquanto existir, as pessoas continuarão sendo exploradas, excluídas e injustiçadas. É simples assim.
Não podemos cair nessa esparrela do sistema. Sabemos muito bem o que tem de ser feito, mas o que realmente nos falta é poder para o fazermos. E o sistema está aí exatamente para evitar que algum dia o tenhamos.
P.
ex., o que há de mais urgente e necessário no estado de São Paulo do
que o impeachment do governador que ordenou a barbárie no Pinheirinho,
desacatou uma ordem judicial para cumprir a outra que lhe agradava (por
vir ao encontro do seu propósito de limpar a área para os especuladores
imobiliários) e foi o responsável último pelo sequestro de um idoso
ferido para escondê-lo do noticiário (vide aqui)?
Se
já seria inaceitável Ivo Teles da Silva haver falecido como
consequência da truculência policial, pior, muito pior, foi terem-no
confinado num hospital sem anuência (e nem sequer conhecimento) da
família.
Jamais
poderíamos ter deixado passar praticamente em branco um episódio como
este, em que o Governo Alckmin repetiu as práticas dos piores estados
totalitários. Não basta a denúncia à Comissão de Direitos Humanos da
OEA, cuja decisão poderá ser ignorada de novo, assim como o está sendo a
relativa ao extermínio dos militantes do PCdoB no Araguaia.
Nem que fosse por desencargo de consciência, deveríamos ter tentado o impeachment.
- somos os que tentaremos impedir as injustiças, acabar com a desigualdade;
- somos os que tomaremos sempre a defesa do povo sofrido contra as infâmias dos poderosos, e, em última análise, contra a perversidade intrínseca do capitalismo.
Eu
poderia até alinhavar umas 50 propostas de campanha, se quisesse.
Recuso-me a fazê-lo, pois não é este o motivo pelo qual os eleitores
devem (ou não) votar em mim.
O
que eu tenho a oferecer-lhes é uma trajetória de mais de quatro décadas
de lutas. Já provei suficientemente minha coerência e a minha
capacidade de fustigar e até derrotar o inimigo, mesmo em recentes
situações de grande inferioridade de forças.
Há
quem acredite me atingir dizendo que não votará em mim. Como se ganhar
uma eleição fosse o objetivo mais importante da minha vida.
Não
é. Trata-se de um passo certo a dar neste instante, para conseguir
maior amplitude de atuação; como também seria batalhar pelo resgate da
verdade histórica em plena Comissão da Verdade.
Já
lutei muito contra o sistema escorado nos circuitos alternativos, como a
internet. Constato agora que, para aumentar meu poder de fogo, preciso
levar a luta para dentro do sistema.
Como
os revolucionários somos sempre os prejudicados, desfavorecidos,
perseguidos, discriminados, estigmatizados, caluniados e injustiçados,
só nos resta tentarmos arrombar as portas, todas as portas, pois jamais
elas serão franqueadas para nós.
Não podemos temer as derrotas. Sabia que a minha anticandidatura à Comissão da Verdade
só teria sucesso por milagre. E não ignoro a dificuldade em eleger-me
sem fazer concessões à espetacularização e esterilização da política, o
grande truque da indústria cultural.
Se o do diabo é fingir que não existe, o da mídia é fingir que não efetua a mais avassaladora e mesmerizante lavagem cerebral.
O importante é a atitude e o exemplo, não o resultado.
O importante é lutarmos... SEMPRE! É resistirmos à desumanização... SEMPRE!
Nenhum comentário:
Postar um comentário