Fui ativista estudantil (1967/68). Militante clandestino (1969/70). Preso político (1970/71). Tenho travado o bom combate, lutando por um Brasil mais justo, defendendo os direitos humanos, combatendo o autoritarismo.

Sou jornalista desde 1972. Crítico de música e de cinema. Cronista. Poeta. Escritor. Blogueiro.

Tentei e não consegui eleger-me vereador em São Paulo. Mas, orgulho-me de ter feito uma campanha fiel aos objetivos nortearam toda a minha vida adulta: a construção de uma sociedade igualitária e livre, tendo como prioridades máximas o bem comum e a felicidade dos seres humanos.

Em que a exploração do homem pelo homem seja substituída pela cooperação solidária do homem com os outros homens. Em que sejam finalmente concretizados os ideais mais generosos e nobres que a humanidade vem acalentando através dos tempos: justiça social e liberdade.

sábado, 18 de agosto de 2012

O IMPORTANTE É RESISTIRMOS À DESUMANIZAÇÃO... SEMPRE!

Ontem me deu branco: não consegui imaginar nada de realmente relevante para postar neste blogue de campanha.

Enquanto isto, o texto que coloquei no meu tradicional Náufrago da Utopia (vide aqui) foi um dos meus melhores deste ano, ao tratar o Caso WikiLeaks como ele merece: fazendo galhofa.

Simplesmente não dá para levarmos a sério um antigo império que hoje ameaça uma pequena nação com um ato de guerra por causa... da camisinha que Assange deixou de usar numa relação sexual consentida!

O velho espírito do Pasquim faz falta nos comentários políticos de hoje. Eu tento preencher tal lacuna, sem o brilhantismo dos meus ícones, claro, mas com aplicação.

Quem quiser lições de como escancarar o que há de ridículo por trás do noticiário, leia os vários volumes do Festival de Besteiras que  Assola o País, do inesquecível Sérgio Porto. Ou O ato e o fato, do Carlos Heitor Cony. Ou as compilações dos textos seminais do Pasquim.

Precisamos reagir à camisa de força com que o sistema tenta engessar a campanha política: a fixação obsessiva em propostas administrativas, o que equivale a tirar-se o foco da insanidade e decrepitude do capitalismo como um todo.

Não são detalhes que têm de ser corrigidos. E o capitalismo que tem de ser colocado em xeque pois, enquanto existir, as pessoas continuarão sendo exploradas, excluídas e injustiçadas. É simples assim.

Não podemos cair nessa esparrela do sistema. Sabemos muito bem o que tem de ser feito, mas o que realmente nos falta é poder para o fazermos. E o sistema está aí exatamente para evitar que algum dia o tenhamos.

P. ex., o que há de mais urgente e necessário no estado de São Paulo do que o impeachment do governador que ordenou a barbárie no Pinheirinho, desacatou uma ordem judicial para cumprir a outra que lhe agradava (por vir ao encontro do seu propósito de limpar a área para os especuladores imobiliários) e foi o responsável último pelo sequestro de um idoso ferido para escondê-lo do noticiário (vide aqui)?

Se já seria inaceitável Ivo Teles da Silva haver falecido como consequência da truculência policial, pior, muito pior, foi terem-no confinado num hospital sem anuência (e nem sequer conhecimento) da família. 

Jamais poderíamos ter deixado passar praticamente em branco um episódio como este, em que o Governo Alckmin repetiu as práticas dos piores estados totalitários. Não basta a denúncia à Comissão de Direitos Humanos da OEA, cuja decisão poderá ser ignorada de novo, assim como o está sendo a relativa ao extermínio dos militantes do PCdoB no Araguaia.

Nem que fosse por desencargo de consciência, deveríamos ter tentado o impeachment.

Então, é ESTA a mensagem que devemos levar à população: 
  • somos os que tentaremos impedir as injustiças, acabar com a desigualdade;
  • somos os que tomaremos sempre a defesa do povo sofrido contra as infâmias dos poderosos, e, em última análise, contra a perversidade intrínseca do capitalismo.
Eu poderia até alinhavar umas 50 propostas de campanha, se quisesse. Recuso-me a fazê-lo, pois não é este o motivo pelo qual os eleitores devem (ou não) votar em mim.

O que eu tenho a oferecer-lhes é uma trajetória de mais de quatro décadas de lutas. Já provei suficientemente minha coerência e a minha capacidade de fustigar e até derrotar o inimigo, mesmo em recentes situações de grande inferioridade de forças.

Há quem acredite me atingir dizendo que não votará em mim. Como se ganhar uma eleição fosse o objetivo mais importante da minha vida.

Não é. Trata-se de um passo certo a dar neste instante, para conseguir maior amplitude de atuação; como também seria batalhar pelo resgate da verdade histórica em plena Comissão da Verdade.

Já lutei muito contra o sistema escorado nos circuitos alternativos, como a internet. Constato agora que, para aumentar meu poder de fogo, preciso levar a luta para dentro do sistema. 

Como os revolucionários somos sempre os prejudicados, desfavorecidos, perseguidos, discriminados, estigmatizados, caluniados e  injustiçados, só nos resta tentarmos arrombar as portas, todas as portas, pois jamais elas serão franqueadas para nós.

Não podemos temer as derrotas. Sabia que a minha anticandidatura à Comissão da Verdade só teria sucesso por milagre. E não ignoro a dificuldade em eleger-me sem fazer concessões à espetacularização e esterilização  da política, o grande truque da indústria cultural. 

Se o do diabo é fingir que não existe, o da mídia é fingir que não efetua a mais avassaladora e mesmerizante lavagem cerebral.

O importante é a atitude e o exemplo, não o resultado. 

O importante é lutarmos... SEMPRE! É resistirmos à desumanização... SEMPRE!

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