"Diretores
e professores, venham prestigiar a candidatura de José Serra a prefeito
de São Paulo! Com os tucanos no poder, vocês terão a certeza de sempre
contarem com a tropa de choque da PM para agredir seus alunos e
barbarizar sua escola!"
Será esta a mensagem da circular que a Secretaria Estadual da Educação está enviando aos dirigentes de escolas públicas?
Se não é, deveria ser. Pois, em termos de Educação, o que mais chama a atenção na trajetória política de Serra é haver presidido a União Nacional dos Estudantes, visto a entidade ser fechada pelos golpistas de 1964, sido obrigado a refugiar-se no exterior e mesmo assim, como governador de São Paulo, autorizar o ingresso na Cidade Universitária dos mais truculentos contingentes fardados.
Desde a ditadura militar não se fazia algo assim. A última invasão bárbara havia sido a da PUC-SP por parte dos brucutus do secretário da Segurança Pública Erasmo Dias, em 1977. Três décadas depois Serra reintroduziu esta prática vergonhosa, abrindo caminho para a ocupação definitiva da USP pela PM sob o governo de Alckmin.
Para mim, a conversão do Serra num obtuso autoritário, traindo seu passado, é muito pior do que o uso e abuso da máquina oficial para promover sua candidatura, motivo da denúncia que a Folha de S. Paulo acaba de publicar. Esta aqui:
Será esta a mensagem da circular que a Secretaria Estadual da Educação está enviando aos dirigentes de escolas públicas?
Se não é, deveria ser. Pois, em termos de Educação, o que mais chama a atenção na trajetória política de Serra é haver presidido a União Nacional dos Estudantes, visto a entidade ser fechada pelos golpistas de 1964, sido obrigado a refugiar-se no exterior e mesmo assim, como governador de São Paulo, autorizar o ingresso na Cidade Universitária dos mais truculentos contingentes fardados.
Desde a ditadura militar não se fazia algo assim. A última invasão bárbara havia sido a da PUC-SP por parte dos brucutus do secretário da Segurança Pública Erasmo Dias, em 1977. Três décadas depois Serra reintroduziu esta prática vergonhosa, abrindo caminho para a ocupação definitiva da USP pela PM sob o governo de Alckmin.
Para mim, a conversão do Serra num obtuso autoritário, traindo seu passado, é muito pior do que o uso e abuso da máquina oficial para promover sua candidatura, motivo da denúncia que a Folha de S. Paulo acaba de publicar. Esta aqui:
Com Serra, a PM voltou à USP... |
"Uma diretoria da Secretaria Estadual de Educação usou uma circular oficial e a página da instituição na internet para convocar dirigentes de escolas públicas da capital paulista a participar de reunião de apoio à campanha de José Serra (PSDB).
O chamado à reunião foi publicado em um comunicado oficial da Diretoria Regional de Ensino Norte-1, que comanda as escolas estaduais de nove bairros da zona norte. Quem assina a circular e o convite é Lúcia Regina Mendes Espagolla, que comanda a diretoria.
A Secretaria de Educação faz parte da administração do governador Geraldo Alckmin (PSDB), aliado e cabo eleitoral de Serra.
No documento, editado pela diretoria semanalmente, o convite à reunião de campanha está entre avisos para comparecimento a cursos de qualificação profissional e requisição de merenda.
...o que não fazia desde a invasão bárbara da PUC. |
'A Dirigente Regional de Ensino convida os diretores e vice-diretores para evento com a presença do prof. Alexandre Schneider na Casa Ilha da Madeira, Rua Casa Ilha da Madeira, nº 214, 11/08/2012 às 10h', diz o texto. Schneider é o vice da chapa de Serra e ex-secretário municipal de Educação.
Segundo diretores e vice-diretores ouvidos pela reportagem, depois de disparar a circular, Espagolla telefonou para os subordinados ameaçando os que não comparecessem à reunião da campanha com a perda do cargo.
Pelo telefone, a dirigente teria dito que haveria uma lista de presença a ser assinada no local do encontro -um centro cultural na zona norte. Segundo eles, o aviso teria sido direcionados a professores que ocupam interinamente a direção nas escolas e, portanto, não têm estabilidade no cargo".
Quanto
à coação de educadores, ameaçando-os com a perda de cargo se não
comparecerem a um ato político, um governador de verdade apuraria a
denúncia e, se comprovada, demitiria sumariamente a tal Espagolla.
É
óbvio que Alckmin não agirá assim. Afinal, depois da barbárie no
Pinheirinho, quem ainda o vê como um governador de verdade? Só os
desinformados, os especuladores imobiliários e as viúvas da ditadura...
exílio voluntário desse pulha! e ainda paira dúvidas se foi agente da CIA.
ResponderExcluirNão exageremos, companheiro. Ele correu sério risco de ser executado pelos golpistas chilenos. Se fosse agente imperialista, seriam os EUA que o salvariam, não as gestões desesperadas do FHC, que mobilizou os socialistas europeus, fazendo com que intercedessem por ele.
ResponderExcluirMas, é exatamente isto que mais me indigna e enoja no Serra: um dia, dependeu dramaticamente da solidariedade da esquerda; mas, esqueceu completamente tais valores, a ponto de ter-se manifestado a favor da extradição do Battisti.
Às vezes fico pensando que o engajamento revolucionário de algumas das celebridades de esquerda do passado era algo bem superficial. Eu fiz uma opção para a vida inteira porque, antes mesmo de conhecer o marxismo, já não suportava a sociedade burguesa.
Ainda que tivesse ficado rico ou poderoso, continuaria não a suportando. Meu sonho sempre foi viver como vivíamos nas comunidades alternativas dos anos 70, irmanamente, cada um ajudando os outros, cada um dividindo o que tinha com os outros.
Seria muito fácil sermos todos felizes, se o foco da nossa existência fosse o bem comum, e não o proveito próprio. Foi o que aquela experiência em microcosmo me ensinou.
Eu ser eleito é algo muito difícil. Mas, se acontecer, uma certeza eu tenho: jamais o poder me subirá à cabeça e jamais eu trocarei meus ideais por luxos e mordomias. Já tive um pouco disso durante a carreira jornalística e, francamente, não me fascina.