Fui ativista estudantil (1967/68). Militante clandestino (1969/70). Preso político (1970/71). Tenho travado o bom combate, lutando por um Brasil mais justo, defendendo os direitos humanos, combatendo o autoritarismo.

Sou jornalista desde 1972. Crítico de música e de cinema. Cronista. Poeta. Escritor. Blogueiro.

Tentei e não consegui eleger-me vereador em São Paulo. Mas, orgulho-me de ter feito uma campanha fiel aos objetivos nortearam toda a minha vida adulta: a construção de uma sociedade igualitária e livre, tendo como prioridades máximas o bem comum e a felicidade dos seres humanos.

Em que a exploração do homem pelo homem seja substituída pela cooperação solidária do homem com os outros homens. Em que sejam finalmente concretizados os ideais mais generosos e nobres que a humanidade vem acalentando através dos tempos: justiça social e liberdade.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

EDUCADORES SÃO COAGIDOS A PARTICIPAREM DE REUNIÃO PRÓ-SERRA

"Diretores e professores, venham prestigiar a candidatura de José Serra a prefeito de São Paulo! Com os tucanos no poder, vocês terão a certeza de sempre contarem com a tropa de choque da PM para agredir seus alunos e barbarizar sua escola!"

Será esta a mensagem da circular que a Secretaria Estadual da Educação está enviando aos dirigentes de escolas públicas?

Se não é, deveria ser. Pois, em termos de Educação, o que mais chama a atenção na trajetória política de Serra é haver presidido a União Nacional dos Estudantes, visto a entidade ser fechada pelos golpistas de 1964, sido obrigado a refugiar-se no exterior e mesmo assim, como governador de São Paulo, autorizar o ingresso na Cidade Universitária dos mais truculentos contingentes fardados.

Desde a ditadura militar não se fazia algo assim. A última  invasão bárbara  havia sido a da PUC-SP por parte dos brucutus do secretário da Segurança Pública Erasmo Dias, em 1977. Três décadas depois Serra reintroduziu esta prática vergonhosa, abrindo caminho para a ocupação definitiva da USP pela PM sob o governo de Alckmin.

Para mim, a conversão do Serra num obtuso autoritário, traindo seu passado, é muito pior do que o uso e abuso da máquina oficial para promover sua candidatura, motivo da denúncia que a Folha de S. Paulo acaba de publicar. Esta aqui:
Com Serra, a PM voltou à USP...
"Uma diretoria da Secretaria Estadual de Educação usou uma circular oficial e a página da instituição na internet para convocar dirigentes de escolas públicas da capital paulista a participar de reunião de apoio à campanha de José Serra (PSDB).
O chamado à reunião foi publicado em um comunicado oficial da Diretoria Regional de Ensino Norte-1, que comanda as escolas estaduais de nove bairros da zona norte. Quem assina a circular e o convite é Lúcia Regina Mendes Espagolla, que comanda a diretoria.

A Secretaria de Educação faz parte da administração do governador Geraldo Alckmin (PSDB), aliado e cabo eleitoral de Serra.
No documento, editado pela diretoria semanalmente, o convite à reunião de campanha está entre avisos para comparecimento a cursos de qualificação profissional e requisição de merenda.
...o que não fazia desde a  invasão bárbara  da PUC.
'A Dirigente Regional de Ensino convida os diretores e vice-diretores para evento com a presença do prof. Alexandre Schneider na Casa Ilha da Madeira, Rua Casa Ilha da Madeira, nº 214, 11/08/2012 às 10h', diz o texto. Schneider é o vice da chapa de Serra e ex-secretário municipal de Educação.

Segundo diretores e vice-diretores ouvidos pela reportagem, depois de disparar a circular, Espagolla telefonou para os subordinados ameaçando os que não comparecessem à reunião da campanha com a perda do cargo.

Pelo telefone, a dirigente teria dito que haveria uma lista de presença a ser assinada no local do encontro -um centro cultural na zona norte. Segundo eles, o aviso teria sido direcionados a professores que ocupam interinamente a direção nas escolas e, portanto, não têm estabilidade no cargo".
Quanto à coação de educadores, ameaçando-os com a perda de cargo se não comparecerem a um ato político, um governador de verdade apuraria a denúncia e, se comprovada, demitiria sumariamente a tal  Espagolla.

É óbvio que Alckmin não agirá assim. Afinal, depois da barbárie no Pinheirinho, quem ainda o vê como um governador de verdade?  Só os desinformados, os especuladores imobiliários e as  viúvas da ditadura...

2 comentários:

  1. exílio voluntário desse pulha! e ainda paira dúvidas se foi agente da CIA.

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  2. Não exageremos, companheiro. Ele correu sério risco de ser executado pelos golpistas chilenos. Se fosse agente imperialista, seriam os EUA que o salvariam, não as gestões desesperadas do FHC, que mobilizou os socialistas europeus, fazendo com que intercedessem por ele.

    Mas, é exatamente isto que mais me indigna e enoja no Serra: um dia, dependeu dramaticamente da solidariedade da esquerda; mas, esqueceu completamente tais valores, a ponto de ter-se manifestado a favor da extradição do Battisti.

    Às vezes fico pensando que o engajamento revolucionário de algumas das celebridades de esquerda do passado era algo bem superficial. Eu fiz uma opção para a vida inteira porque, antes mesmo de conhecer o marxismo, já não suportava a sociedade burguesa.

    Ainda que tivesse ficado rico ou poderoso, continuaria não a suportando. Meu sonho sempre foi viver como vivíamos nas comunidades alternativas dos anos 70, irmanamente, cada um ajudando os outros, cada um dividindo o que tinha com os outros.

    Seria muito fácil sermos todos felizes, se o foco da nossa existência fosse o bem comum, e não o proveito próprio. Foi o que aquela experiência em microcosmo me ensinou.

    Eu ser eleito é algo muito difícil. Mas, se acontecer, uma certeza eu tenho: jamais o poder me subirá à cabeça e jamais eu trocarei meus ideais por luxos e mordomias. Já tive um pouco disso durante a carreira jornalística e, francamente, não me fascina.

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